Em uma tarde marcada por notas suaves e emoções profundas, a Clínica Florence, em Salvador, foi palco de um encontro que transformou o cuidado em canção. A apresentação do projeto Música que Cura, realizada nesta segunda-feira (13), em alusão ao Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, reuniu pacientes, familiares e profissionais de saúde em um momento de sensibilidade e conexão.
Dessa forma, a música, nesse contexto, ultrapassou o papel de entretenimento. Tornou-se instrumento de acolhimento, de reconstrução da esperança e de cuidado integral. Cada acorde parecia tocar um pedaço de alma, despertando lembranças, sorrisos e lágrimas de gratidão.
“A música tem o poder de tocar onde os remédios não alcançam. Ela conforta, inspira e cria pontes entre as pessoas”, destacou a Dra. Yanne Amorim, médica paliativista e coordenadora da Clínica Florence, que há oito anos desenvolve o trabalho de cuidados paliativos com foco no paciente e na família.
Segundo a médica, mais do que um gesto simbólico, a iniciativa reafirmou o compromisso da Florence em oferecer uma assistência que valoriza a dignidade e o bem-estar em todas as fases da vida, especialmente naquelas em que a continuidade da existência é ameaçada.

Cuidados paliativos
O tema dos cuidados paliativos ainda é cercado de silêncio e preconceito no Brasil. Muitos associam a ideia à desistência do tratamento, quando na verdade se trata de oferecer alívio da dor, qualidade de vida e acolhimento integral a pacientes com doenças crônicas ou em estágio avançado, além de garantir suporte emocional e espiritual às famílias. Portanto, é uma abordagem que enxerga o ser humano para além da doença, valorizando cada gesto, cada palavra e cada instante.
“Nos cuidados paliativos, mesmo quando o desfecho é inevitável, o caminho é o que mais importa.” Afirma o Dr. Lucas Andrade, diretor executivo e idealizador da Clínica Florence.
Naquela tarde, entre acordes e olhares silenciosos, a vida foi celebrada em sua forma mais pura. E, por alguns instantes, a música fez o tempo parar, lembrando a todos que, mesmo diante da finitude, a esperança também pode soar “em tom maior”.
“Os cuidados paliativos não falam sobre o fim da vida, mas sobre a possibilidade de viver com qualidade até o último momento. É sobre oferecer mais vida no fim da vida”, destaca Dra. Yanne Amorim.
Dia Mundial dos Cuidados Paliativos
Celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos é um convite à reflexão sobre a importância de humanizar o cuidado e reconhecer o valor da vida em toda a sua trajetória, do início até o último momento. É um chamado à empatia, à escuta e à presença.
Portanto, finitude é a aceitação da vida como um ciclo completo, que tem começo, meio e fim, e o compromisso de viver esse ciclo com presença, amor e sentido.
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