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Foto: Arquivo Pessoal Paula e Marcus Corteletti

Entenda como diferenciar os dois sentimentos

PAIXÃO X AMOR

Em entrevista especial para o Valentine's Day, psicóloga esclarece as principais dúvidas sobre o tema

Tempo de Leitura: 3 minutos

O Dia Mundial do Amor, celebrado nesta sexta-feira (14), é geralmente marcado por declarações românticas e trocas de presentes entre muitos casais. No entanto, a data, também conhecida internacionalmente como Valentine’s Day, pode ser uma boa oportunidade para refletir sobre os relacionamentos e as emoções que eles carregam.
Uma das dúvidas mais comuns quando se experimenta um sentimento romântico é sobre como diferenciar o amor da paixão. Embora ambos sejam fortes e intensos, a psicologia explica que eles têm naturezas distintas e evoluem de maneiras diferentes.

Para esclarecer o tema, Lígia Kaori Matsumoto, psicóloga responde, em entrevista, às principais dúvidas sobre esses sentimentos. Confira:

COMSAÚDE – Primeiramente, o que caracteriza o amor e a paixão na perspectiva psicológica? Como podemos diferenciá-los?

Lígia Kaori Matsumoto – Bom, é complexo. Mas, de modo geral, a paixão é frequentemente vista como uma idealização, um retrato mágico da perfeição. Ela surge de maneira avassaladora, desestabilizando nosso equilíbrio e, às vezes, até nossa respiração. Ela resulta no desejo intenso de estar perto do outro a qualquer custo, uma certa obsessão mesmo. Tudo isso está relacionado à atividade cerebral – a liberação de dopamina e adrenalina – e costuma ser passageiro, momentâneo e limitado.

Por outro lado, o amor costuma ser algo mais tranquilo, sem grandes idealizações ou fantasias. Ele leva à afeição, ao apego ou à afinidade por outra pessoa. No entanto, é algo que exige tempo, convivência e dedicação.

COMSAÚDE – Então a paixão é sempre passageira? Ou pode se transformar em amor ao longo do tempo?

Lígia Kaori Matsumoto – Nem sempre! A paixão pode, sim, evoluir para o amor, como um sentimento mais profundo. Mas, para isso, depende da afinidade entre as pessoas e a forma como cultivam e se comprometem com a relação.

COMSAÚDE – Quais são os sinais psicológicos de que uma relação pode estar sendo prejudicial? Em que devemos prestar atenção?

Lígia Kaori Matsumoto  – Embora se apaixonar possa ser maravilhoso, nem toda paixão é saudável. É importante estar alerta quando a comunicação no relacionamento começa a falhar e surgem características como dependência emocional, ciúmes excessivos ou a necessidade de controlar o outro. Nesses casos, é crucial acender um sinal de alerta para evitar que o relacionamento adquira atributos tóxicos e destrutivos.

COMSAÚDE – Existe uma idade mais propensa para se apaixonar de forma avassaladora?

Lígia Kaori Matsumoto  – Devido a fatores hormonais, durante a adolescência estamos mais propensos a vivenciar paixões intensas.

COMSAÚDE – Existe uma idade ou momento específico na vida em que o amor tende a ser mais maduro?

Lígia Kaori Matsumoto  – Sim! À medida que amadurecemos. Com isso, esse sentimento tende a se tornar mais consciente, pois aprendemos mais sobre nós mesmos e, consequentemente, as parcerias que buscamos tendem a se alinhar mais com os nossos valores e prioridades.

COMSAÚDE – Quais conselhos a psicologia oferece para quem busca construir uma relação amorosa saudável e duradoura?

Lígia Kaori Matsumoto  – Na construção de um relacionamento saudável é importante ter uma comunicação aberta, respeitar a sua individualidade e a do outro, ter empatia, confiança mútua, cultivar o afeto e a intimidade. Claro, quando surgirem conflitos, porque eles surgirão, é crucial buscar a resolução e não ignorá-los. Sabemos que não é uma tarefa fácil, por isso, todas as partes envolvidas precisam estar atentas a esses detalhes e dispostas a fazer dar certo.

COMSAÚDE – Por fim, você acredita que as redes sociais e os aplicativos de relacionamento têm influenciado na forma como as pessoas vivenciam o amor e a paixão atualmente?

Lígia Kaori Matsumoto  – Sem dúvida, a internet modificou a maneira como nos relacionamos, encurtando distâncias, mas ela também trouxe desafios. Costumo dizer que o complicado não é a internet em si, mas a forma como fazemos uso dela para nos relacionar.

A facilidade de acesso a inúmeras pessoas pode levar à fragilidade das relações, desinteresse rápido e menor comprometimento com as relações, por exemplo. Além disso, a comunicação virtual, que pode ser ensaiada, pensada, editada ou bloqueada, é totalmente diferente do contato presencial, olho no olho.
Mas, claro, tem a parte boa. A internet também facilita o encontro de pessoas com interesses semelhantes.

Mas atenção: apesar da praticidade, é preciso cuidado para não criar expectativas irreais. É possível encontrar uma pessoa bacana na internet, desde que haja intenção de vivenciar um relacionamento real e saudável no off.

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