De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é estimado que 7,4 mil pessoas convivam atualmente com câncer gástrico. Desse total, 5,6 mil estão localizadas no Nordeste e 1,8 mil no Norte. No entanto, para grande parte desses pacientes, as viagens rápidas até os centros de referência não são suficientes, já que consultas complementares em áreas como nutrição e psicologia acabam sendo deixadas de lado, embora sejam consideradas fundamentais para o cuidado integral.
Diante desse contexto, a WeCancer e a Astellas apresentam o projeto “Cuidado que atravessa distâncias”, que busca democratizar o acesso à saúde por meio da tecnologia. O aplicativo Cecí será disponibilizado gratuitamente para pacientes com câncer de estômago e seus familiares no Norte e Nordeste.
A ferramenta será lançada no dia 4 de setembro e disponibilizada gratuitamente, permitindo que pacientes com câncer de estômago no Norte e Nordeste tenham acesso a um suporte multidisciplinar digital. Dessa forma, segundo a healthtech WeCancer, barreiras históricas como a distância e a escassez de recursos poderão ser minimizadas.
Enfrentar as barreiras de acesso e os recursos limitados no cuidado oncológico continua sendo visto como um desafio diário para milhares de brasileiros. Esse cenário é agravado pelo diagnóstico tardio, já que cerca de 70% dos pacientes têm a doença descoberta em estágio avançado. Além disso, a necessidade de longas viagens até os hospitais de referência tem sido constantemente imposta a quem precisa de atendimento especializado.
Ainda segundo estimativas, entre 50% e 80% dos pacientes precisam ser deslocados para fora de suas cidades a fim de receber cuidados médicos adequados. Como consequência, são registrados custos elevados, perda de qualidade de vida e insegurança psicológica. No caso do câncer, a situação se torna ainda mais crítica.
Conforme apontado pela Fiocruz, mais da metade dos pacientes no Brasil são obrigados a percorrer, em média, 187 quilômetros em busca de atendimento. Na região Norte, essa distância pode ser ampliada para até 2 mil quilômetros, o que torna a jornada ainda mais desafiadora.
“Quando a distância vira barreira, nosso papel é encurtar o caminho com tecnologia simples e sem custo para o paciente. Esse novo projeto, ‘Cuidado que atravessa distâncias’, é sobre levar zelo e acolhimento aos sertões do Brasil; um suporte especializado para pessoas que têm câncer no estômago; e pertinho delas, na tela do celular”, afirmou César Filho, fundador e Co-CEO da WeCancer.
Como funciona o app Cecí
O atendimento começa com uma consulta inicial de enfermagem, que direciona o paciente em sua jornada de saúde. A partir disso, é criado um plano individual, que pode incluir atendimentos de nutrição, psicologia e suporte contínuo de enfermagem.
De acordo com César, qualquer paciente que esteja cadastrado na iniciativa, vai receber além dos atendimentos, um kit de boas-vindas com produtos que são importantes na jornada do paciente.
Entre as funcionalidades disponíveis estão:
• histórico médico e diário digital de sintomas;
• lembretes automáticos de consultas e medicações;
• conteúdos educativos sobre saúde e autocuidado;
• atendimento remoto via chat ou WhatsApp;
• rodas de conversa, oficinas de receitas, aulas de ioga e meditação.
O projeto é liderado pelo oncologista clínico e diretor médico da WeCancer, Dr. Thiago Jorge, em conjunto com uma equipe multiprofissional de nutricionistas, psicólogos e enfermeiros.

Lançamento em Salvador
O lançamento oficial do projeto Cuidado que atravessa distâncias acontece no dia 4 de setembro, às 18h30, no Hub LightHouse, bairro Costa Azul, em Salvador.
A programação reunirá médicos oncologistas, gastrologistas, enfermeiros oncológicos, gestores hospitalares, sociedade civil e imprensa. O evento começa com um welcome coffee e segue com debates sobre o futuro da saúde digital no Brasil.
“Essa proximidade com o Nordeste é algo natural para nós. A Bahia, hoje, é minha 4º população, temos mais ou menos 4 mil pacientes na região. Este evento simboliza uma largada, eu diria, para o projeto. Queremos levar o cuidado para quem precisa, totalmente gratuito”, concluiu César.
