Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam que até o final deste ano, haverá em todo o mundo, mais de 1,1 bilhão de mulheres na pós-menopausa, o que representa 12% de toda a população mundial. Ainda segundo levantamento feito pela entidade, em 2024, o Brasil tinha aproximadamente 30 milhões de mulheres na menopausa.
O risco de as mulheres desenvolverem hipertensão arterial nesta fase da vida é de cerca de 80%, conforme alerta da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). Com o objetivo de conscientizar a população para os riscos da doença, o Brasil celebra no próximo dia 26 de abril o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, popularmente conhecida por pressão alta.
Caracterizada pela elevação dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9, a hipertensão tem entre os seus sintomas tontura, dor de cabeça frequente, falta de ar, palpitações, e alteração na visão. Porém, em geral ela costuma assintomática, por isso, é importante que ela seja monitorada, alerta o médico ginecologista especializado em saúde metabólica e longevidade, Dr. Jorge Valente.
“A aferição regular da pressão arterial permite identificar e tratar a hipertensão precocemente, reduzindo o risco de complicações graves como os eventos cardiovasculares”, destaca o médico.
O ginecologista ressalta que o surgimento e maior incidência de casos de hipertensão em mulheres pós-menopausa se dá em função da diminuição do estrogênio durante o climatério. “A privação de estrogênio pode ser uma das principais causas de hipertensão em mulheres na pós-menopausa. Isso porque a redução do hormônio neste período pode alterar a vasoatividade arterial, levando a um aumento do tônus vascular e, consequentemente, à elevação da pressão arterial e diminuição do fluxo sanguíneo tecidual. Por conta disso, a menopausa tem sido apontada como um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão em mulheres”.
Segundo o médico, outros fatores, como histórico familiar, doenças autoimunes, obesidade, diabetes e tabagismo também estão relacionados à doença. “É essencial diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado a cada paciente”, explica Dr. Jorge Valente.
Outro fator importante para o desenvolvimento da doença é o sedentarismo – de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos de meia-idade devem realizar pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos de intensidade moderada, a exemplo de caminhada, hidroginástica, natação e corrida ou pelo menos 75 minutos de atividades de intensidade vigorosa associadas a exercícios físicos resistidos (musculação) no mínimo duas vezes por semana.
Além disso, o médico chama atenção para a necessidade da adoção de outras atitudes que contribuem para a melhoria da qualidade de vida, como manter uma dieta alimentar saudável, ter tempo e qualidade do sono adequados e praticar atividades ou hobbies que colaborem para a redução do estresse psicológico, depressão e ansiedade.
“Esse conjunto de medidas reforçam a interligação do bem estar e saúde mental e cardiovascular das mulheres na menopausa, reduzindo o risco de desenvolvimento de hipertensão e outras doenças como diabetes, osteoporose e até mesmo de câncer de mama”, diz o Dr. Jorge Valente.