Época de festividades e das temporadas de praia, de férias, piscina e biquinis. Sempre digo que vivemos em uma sociedade que muitas vezes coloca uma pressão desproporcional sobre as pessoas, especialmente mulheres, para se manterem magras e atenderem a padrões de beleza inatingíveis. Essa pressão torna-se ainda mais evidente durante as festas de fim de ano, período marcado por celebrações, encontros familiares e festividades.

Em meio a tantas comemorações, percebo, conversando com as minhas pacientes, que, em muitas delas nesse período do ano, o desejo de se enquadrar nos estereótipos de corpos perfeitos, não raro promovidos pela mídia convencional e pelas redes sociais, torna-se ainda mais forte. Sabendo disso, vejo que a ansiedade em torno da alimentação, somada à preocupação constante com as calorias consumidas, podem afetar significativamente nosso comportamento em eventos sociais. A simples ideia de festas repletas de banquetes pode desencadear um ciclo de restrições alimentares rigorosas e sentimentos de culpa.

No entanto, é fundamental compreender que a saúde vai além da estética e dos números na balança. A abordagem da nutrição comportamental, na qual eu trabalho, destaca a importância de uma relação saudável e equilibrada com a comida, considerando não apenas o que comemos, mas também como nos relacionamos com a alimentação. Por isso, ensino a todos que buscam o famigerado emagrecimento a prestar um pouco mais de atenção a tudo que envolve o ato de comer: sabores, cheiros texturas e, principalmente aos sinais dos nosso corpo de fome, saciedade e satisfação.

Em vez de sucumbir à pressão de fazer uma restrição alimentar durante as festas, encorajo minhas pacientes e meus leitores a cultivarem uma consciência alimentar positiva. Isso envolve ouvir os sinais de fome e saciedade, escolher alimentos que proporcionem satisfação e prazer, e abandonar a mentalidade de dieta restritiva e corpos esculturais. Durante as festas de fim de ano, esse tipo de abordagem pode ser um aliado valioso para manter o equilíbrio. Em vez de encarar os eventos como uma ameaça ao seu plano alimentar ou a sua ideia de emagrecimento, é possível abraçar a diversidade de alimentos presentes nas celebrações, sem culpa ou arrependimentos.

Ao adotar uma abordagem flexível em relação à alimentação, é possível desfrutar das festividades sem a pressão constante de se manter magro a todo custo. Isso não significa ignorar completamente as escolhas alimentares saudáveis, mas sim encontrar um equilíbrio que permita apreciar as festas sem comprometer o bem-estar mental e emocional.

Sempre reforço: toda restrição pode gerar severo impacto negativo em nosso comportamento e bem-estar. Sendo assim, sugiro desfrutar das celebrações sem a constante preocupação com a forma física, e trabalhar sua mente de forma mais flexível, para que você possa aproveitar as festas com mais leveza, muitos sorrisos, momentos de alegria e conexão com seus amigos e entes queridos.