Em 18 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Câncer de Rim, uma iniciativa global que busca alertar a população sobre uma doença muitas vezes silenciosa, mas que, quando diagnosticada precocemente, pode ser tratada com sucesso. O Hospital Anchieta se une a esse movimento para reforçar a importância da informação, da prevenção e do diagnóstico precoce.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o câncer de rim corresponde a cerca de 3% dos tumores malignos urológicos, tem entre seus principais fatores de risco o tabagismo e é mais incidente entre os homens.

De 2019 a 2021, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 10 mil óbitos em razão da doença. E, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, mais de 18 mil pessoas foram submetidas a nefrectomia, que é a cirurgia para retirada de parte ou totalidade do rim, devido ao câncer.

O diagnóstico de câncer de rim (ou câncer renal) é confirmado em aproximadamente 2% (dois por cento) de todos os tumores malignos diagnosticados no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença ocorre quando as células renais sofrem mutações e passam a se multiplicar desordenadamente, formando tumores. O tipo mais comum é o carcinoma de células renais, que representa cerca de 85% dos casos.

Fatores de riscos
O médico oncologista do Hospital Anchieta, Marcelo Uchôa, diz que alguns hábitos do dia a dia contribuem para o aumento do risco da doença. “O tabagismo, a obesidade e a hipertensão arterial estão fortemente ligados ao câncer de rim. Além disso, há fatores genéticos, histórico familiar e exposição prolongada a substâncias tóxicas que também merecem atenção”, explica o especialista.

O especialista ressalta ainda que a maioria dos casos ocorre em homens, especialmente após os 60 anos.

“O câncer de rim é mais frequente em pessoas mais velhas, e muitas vezes é descoberto de forma incidental, durante exames solicitados por outros motivos. Por isso, a realização de check-ups regulares é fundamental”, destaca Uchôa.

Atenção aos sintomas
Uchôa diz que o câncer renal costuma evoluir de forma silenciosa nas fases iniciais. Quando presentes, os sintomas podem incluir:

* Presença de sangue na urina;
* Dor lombar persistente, sem causa aparente;
* Massa abdominal palpável;
* Perda de peso inexplicada, fadiga, febre e sudorese noturna.

Diagnóstico e tratamento
Para a confirmação do diagnóstico, os principais exames utilizados são:

* Ultrassonografia abdominal;
* Tomografia computadorizada (o mais utilizado para estadiamento do tumor);
* Ressonância magnética, em casos selecionados.

Segundo Marcelo Uchôa, o tratamento varia conforme o estágio da doença.

“Quando o tumor está localizado no rim, a cirurgia é a principal forma de tratamento, com alta taxa de cura. Já em casos mais avançados, podem ser utilizadas terapias-alvo, imunoterapia e, em situações específicas, radioterapia ou quimioterapia”, afirma.

Tipos de cirurgias

* Nefrectomia parcial, que preserva parte do rim;
* Nefrectomia radical, que remove o órgão por completo.

Prevenção e hábitos saudáveis
O oncologista observa que, embora, não haja uma forma de prevenção absoluta, adotar um estilo de vida saudável pode reduzir significativamente o risco de desenvolver o câncer de rim. As principais recomendações incluem:

* Não fumar;
* Manter o peso sob controle;
* Controlar a pressão arterial;
* Ter uma alimentação equilibrada;
* Praticar atividades físicas regularmente.

Conscientizar é salvar vidas
Para Marcelo Uchôa, o Dia Mundial de Conscientização do Câncer de Rim é mais do que uma data simbólica — é uma ferramenta essencial de saúde pública.

“Cuidar dos rins é cuidar da vida. Mesmo sem sintomas, seu corpo pode estar pedindo atenção. Cuide da sua saúde, adote hábitos saudáveis e não ignore os exames de rotina. Neste Dia Mundial do Câncer de Rim, leve essa mensagem adiante. Informação e prevenção andam juntas — compartilhe e salve vidas”, completa Uchôa.