Foto:Shutterstock
DENGUE
Casos de dengue aumentam 35,7% na Bahia, e a vacina pode chegar ao SUS
O mais novo imunizante disponível no país, a Qdenga, tem eficácia geral de mais de 80% e reduz as hospitalizações em 90%
Por:Redação | 18/11/2023 às 06:45
Reading Time: 3 minutes

A Bahia registrou, até o último dia 4 de novembro, 46.234 casos prováveis de dengue no estado, o que representa um incremento de 35,7%, se comparado com o mesmo período de 2022, quando foram notificadas 34.063 ocorrências. As informações são da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Diante deste cenário e do Dia Nacional de Combate ao mosquito Aedes aegypti, celebrado neste domingo, 19, o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, recomenda a adoção de algumas medidas importantes, como a vacinação, que ajuda a prevenir o agravamento nos casos da doença, que já matou 17 pessoas este ano na Bahia.

Disponível no Brasil desde junho deste ano, a vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda, foi a primeira autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação tanto em pessoas que nunca tiveram dengue como em quem já teve a doença. O imunizante, por enquanto, está disponível somente na rede privada.

De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante foi aprovado pela Anvisa com indicação para pessoas de 4 a 60 anos – independentemente de exposição prévia ao vírus. O registro da solicitação formal para inclusão da vacina no SUS já está sob análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec), que pediu mais informações ao fabricante sobre o preço proposto por dose, além da capacidade de produção da vacinação.

“A vacina é muito eficiente e segura e ajuda a prevenir mais de 80% dos casos gerais de dengue e reduz em 90% as hospitalizações”, destaca Bastos, acrescentando que a Qdenda protege contra os quatro tipos do vírus (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4), sendo que as dos tipos 1, 2 e 4 são as mais comuns no Brasil.

O infectologista ainda alerta para outras medidas mais cotidianas que podem ser adotadas pela população e que auxilia no combate ao Aedes aegypti, que é responsável por transmitir outros dois arbovírus: zika e chikungunya. “Com as chuvas e estações mais quentes, como a primavera e verão, aumentam o risco de proliferação do mosquito por conta de água parada, que é o cenário ideal para a reprodução deste inseto. Por isso, livre-se de objetos que acumulam água parada, como latas, potes e pneus, assim como armazenar garrafas da forma correta, com a boca para baixo, e evitar a contaminação de calhas, deixando-as desobstruídas e livres de folhas e galhos, e de caixas-d’água, cobrindo-as adequadamente”, orienta.

Exame unificado 
O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de diferentes exames. Conforme explica o médico, o teste rápido para antígeno dengue (NS1, anticorpos IgG e IgM) tem resultado em até um dia útil. Já a detecção e tipagem do vírus da dengue por PCR tem resultado em até sete dias úteis. O Sabin Diagnóstico e Saúde oferece ainda o PCR combo, que detecta três vírus – dengue, zika e chikungunya – com resultado em dois dias úteis.

De acordo com o especialista, dentre os exames disponíveis para detecção da doença, o PCR combo oferece o diagnóstico mais amplo. “Ao usar a técnica molecular de RT-PCR quantitativo, o teste tem a vantagem de identificar nos primeiros dias da doença, qual dos três vírus acomete o paciente, sem a necessidade de pedir ou fazer reações em separado para cada uma; ou seja, com uma única amostra é possível pesquisar os três vírus”, destaca.

Para fazer o exame, é coletado o sangue do paciente, com o resultado sendo entregue entre três e quatro dias. Segundo a coordenadora do Núcleo Técnico Operacional do Sabin, Híbera Brandão, antes, os pacientes precisam fazer exame específico para cada vírus, o que acontecia após 10 dias das primeiras manifestações.  “A tecnologia que usamos neste teste unificado proporciona mais rapidez e eficiência, porque apresenta mais sensibilidade e especificidade, auxiliando o médico a orientar o paciente já no início das manifestações, o que pode evitar complicações”, pontua.