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Foto: Freepik

Como identificar as arritmias cardíacas antes que causem complicações?

O RITMO DO CORAÇÃO

Especialistas alertam: identificar arritmia cedo evita AVC e insuficiência cardíaca. Saiba sintomas, tratamentos e como prevenir.

Tempo de Leitura: 3 minutos

De um coração que dispara sem aviso a um simples cansaço sem explicação, as arritmias cardíacas podem se manifestar de formas quase imperceptíveis, ou, em alguns casos, nem dar sinal algum. No entanto, esse silêncio pode esconder riscos sérios que comprometem a vida.

Com o envelhecimento da população e, consequentemente, o avanço das doenças crônicas, o Brasil tem registrado um aumento constante nas internações e mortes relacionadas aos distúrbios do ritmo cardíaco. Por isso, identificar o problema precocemente é essencial para evitar complicações graves, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a insuficiência cardíaca.

Casos em alta no Brasil

De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do DATASUS, entre 2019 e 2023 foram registradas cerca de 283.970 internações por arritmia cardíaca no país. Somente em 2023, ocorreram 74.492 internações, o que representa uma taxa de 36,7 casos por 100 mil habitantes.

Além disso, estudos da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que a fibrilação atrial, o tipo mais comum de arritmia, vem se tornando cada vez mais frequente entre os adultos brasileiros. Esse crescimento reforça a importância da conscientização e da busca por diagnóstico precoce.

Sintomas e riscos

Segundo a cardiologista Marianna Andrade, coordenadora do serviço de cardiologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), as manifestações clínicas variam bastante, desde palpitações e batimentos irregulares até tontura, falta de ar e fadiga. Em alguns casos, contudo, o paciente pode não apresentar sintoma algum.

Essa variação torna essencial a avaliação periódica. Muitos pacientes convivem com arritmias silenciosas que elevam o risco de complicações graves”, diz a especialista. Por isso, o diagnóstico deve começar na consulta clínica e se apoiar em exames complementares, como eletrocardiograma, Holter de 24 horas e monitor externo (looper) de até sete dias. Esses recursos ampliam as chances de identificar arritmias intermitentes e, assim, orientar a conduta médica adequada.

Avanços no tratamento

Nos últimos anos, a ablação por cateter, técnica minimamente invasiva, tornou-se uma das principais alternativas para tratar diferentes tipos de arritmia. O procedimento, além de seguro, pode levar à cura definitiva em muitos casos.

De acordo com estudos da SBC, mais de duas décadas após sua introdução, a técnica se consolidou como uma prática de rotina em casos selecionados.

Quando realizada com os recursos corretos e por equipes capacitadas, a ablação elimina a arritmia e devolve qualidade de vida”, explica Marianna Andrade.

Além disso, novos medicamentos vêm demonstrando maior eficácia e menos efeitos colaterais, o que amplia as possibilidades de controle. Em contrapartida, em situações específicas, o uso de marcapassos e desfibriladores implantáveis pode ser indicado para garantir segurança e estabilidade ao ritmo cardíaco.

Portanto, o avanço da tecnologia e o aprimoramento das técnicas médicas têm transformado o tratamento das arritmias, oferecendo mais esperança e qualidade de vida aos pacientes.

Prevenção e cuidados

Ainda que os tratamentos tenham evoluído, a prevenção continua sendo o caminho mais
eficaz. Há diversos fatores modificáveis que reduzem o risco de arritmias e de suas complicações. Entre eles, estão:

• manter uma alimentação equilibrada e variada,
• praticar atividade física regular,
• controlar o peso corporal e a pressão arterial,
• tratar corretamente diabetes e apneia do sono,
• não fumar e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas,
• além de moderar o uso de energéticos e pré-treinos.

Cuidar das comorbidades e manter seguimento médico regular diminui de forma significativa as arritmias e seus desfechos”, reforça Marianna Andrade.

Por fim, em caso de palpitações recorrentes ou irregulares, desmaios, tonturas frequentes, falta de ar sem explicação, dor ou aperto no peito, cansaço desproporcional ao esforço ou histórico familiar de arritmias ou morte súbita, a recomendação é procurar avaliação médica o quanto antes.

Não ignore o que o corpo diz. Um diagnóstico precoce pode salvar vidas e evitar sequelas permanentes”, conclui a médica .

 

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