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Foto: Freepik

Falta de dentistas nas UTIs expõe pacientes a infecções e sepse

SAÚDE BUCAL

Sem dentistas na UTI, pacientes críticos estão mais vulneráveis a infecções letais. Especialistas defendem integração imediata da Odontologia.

Tempo de Leitura: 2 minutos

O papel dos dentistas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) é cada vez mais reconhecido como fundamental para a segurança e recuperação dos pacientes críticos. Um estudo publicado no International Journal of Dental Hygiene revelou que a atuação odontológica pode reduzir em até 56% a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica, além de contribuir para a diminuição do tempo de internação e dos índices de mortalidade.

A cirurgiã-dentista Flávia Lobão — que atua no Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro — explica que a boca abriga mais da metade dos microrganismos do corpo humano. Esse ambiente se torna ainda mais crítico em pacientes com imunidade comprometida, exigindo atenção constante.

A saúde bucal do paciente crítico é uma questão de segurança. Lesões, infecções dentárias e o aumento da virulência do biofilme oral representam uma porta de entrada para infecções em outros órgãos”, alerta a especialista.

Como infecções orais podem afetar o corpo todo?

O microbioma oral é formado por milhões de bactérias. Quando descontrolado, pode favorecer a ocorrência de pneumonias hospitalares, especialmente em pacientes entubados. O biofilme bucal, por exemplo, pode liberar microrganismos na corrente sanguínea, gerando infecções à distância, inclusive por via hematogênica.

A boca pode ser origem de uma sepse?

Sim. Focos infecciosos bucais são potenciais causadores de sepse, condição grave e de alta mortalidade hospitalar.
“Um foco dentário pode ser a origem de uma sepse. O reconhecimento precoce dessas infecções, com o apoio da Odontologia, é determinante para o prognóstico do paciente”, afirma Flávia.

Como a atuação integrada pode salvar vidas?

A especialista destaca que o trabalho colaborativo entre equipes de medicina, enfermagem, fisioterapia e odontologia é essencial.
“A sepse pode ter várias origens. A comunicação entre as equipes permite identificar rapidamente o foco infeccioso e iniciar o protocolo adequado, reduzindo a morbimortalidade.”

A Odontologia já é prevista em protocolos oficiais?

Sim. Desde 2017, a atuação do cirurgião-dentista está incluída no Manual de Prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), da Anvisa. Em 2023, também passou a constar nas diretrizes de ventilação mecânica elaboradas pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

E nos cuidados paliativos, a Odontologia também faz diferença?

Para Flávia, que atua com pacientes em fase avançada de doenças, o conforto oral deve ser prioridade.

É um cuidado que vai além da doença, focado no ser humano, respeitando seus valores. O cuidado bucal proporciona dignidade, inclusive nos momentos finais da vida.”

Qual é o futuro da Odontologia nas UTIs?

Além de dirigir o Departamento de Odontologia da AMIB, Flávia acredita que a profissão seguirá os passos da fisioterapia, que entrou nas UTIs no fim dos anos 1970 e hoje é indispensável.

Acredito que, em poucos anos, acontecerá o mesmo com os cirurgiões-dentistas.

Ela destaca que instituições como a Universidade de Harvard já contam com o Department of Oral Health and Medicine e promovem campanhas como “Bring the mouth back to the body!”, reforçando a importância de integrar a saúde bucal ao cuidado sistêmico.

 

 

 

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