A presença de danças, músicas e pratos típicos durante as festas juninas enriquecem o cenário cultural do país, mas também apresentam riscos que precisam ser considerados, especialmente em relação às crianças. A pediatra e professora da UnexMED Jequié, Lyana Almeida, faz um alerta para os principais perigos relacionados ao manuseio de fogos de artifício e balões, proximidade de fogueiras e uso de roupas típicas.
De acordo com publicação da Agência Brasil, entre os meses de junho e julho, durante as festas de São João, os fogos de artifício representam o maior risco para as mãos. Em geral, os acidentes envolvem explosões que resultam em queimaduras graves e, em alguns casos, podem levar à amputação.
“Em relação às fogueiras, durante o processo de acendimento — especialmente quando são utilizados materiais inflamáveis, como papel, madeira seca ou álcool — podem ocorrer estalos e estilhaços que atingem as mãos, causando queimaduras”, explica Antonio Carlos da Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM).
Alguns fatores contribuem para que as crianças sejam as maiores vítimas das festividades juninas. Antes dos 6 anos de idade, a pele ainda não desenvolveu os mecanismos de defesa. Embora seja composta pelo mesmo número de camadas, ela é seis vezes mais fina do que a pele de um adulto.
Segundo a pediatra, o PH é menos ácido, o que a torna mais suscetível a irritações e mais reativa às agressões externas. A película hidrolipídica, responsável pela proteção da pele, a densidade e o número de glândulas sebáceas são menores e mais suscetíveis. Por esse motivo, o corpo da criança perde calor mais facilmente, o que aumenta a predisposição às mudanças de temperatura.
De acordo com a pediatra, os pais precisam ficar atentos as várias possibilidades de acidentes com as crianças. “Elas sempre encontram formas arriscadas de brincar com fogos de artifício, como bombinhas”, aponta. É importante ressaltar que é crime vender ou fornecer fogos de artifícios a menores, de acordo com o Artigo 81 da Lei nº 8.069 do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990. A pena para quem descumprir a lei é de 6 meses a 2 anos de detenção e multa.
Anote as recomendações
1. MANTENHA AS CRIANÇAS LONGE DE FOGUEIRAS E FOGOS DE ARTIFÍCIO
Explique que fogueiras e fogos são perigosos. Crianças nunca devem acender ou brincar com esses itens, mesmo que pareçam inofensivos. A proximidade com as chamas e a fumaça, o manuseio de fogos de artifício, alimentos e bebidas quentes podem causar queimaduras e reações alérgicas.
2. AS BRINCADEIRAS SEMPRE PRECISAM SER SUPERVISIONADAS POR UM ADULTO
Durante as brincadeiras e festas, as crianças devem estar sempre acompanhadas por um responsável, especialmente perto de fogos ou churrasqueiras.
3. AS ROUPAS DEVEM SER APROPRIADAS E SEGURAS
Evite fantasias com tecidos inflamáveis, longos ou com franjas soltas que possam pegar fogo com facilidade. Prefira tecidos de algodão e roupas mais ajustadas.
4. AS CORRIDAS DEVEM SER EVITADAS
Corridas perto de fogueiras, fogos ou em locais com objetos pontiagudos ou escorregadios aumentam o risco de quedas e queimaduras.
5. NÃO PERMITA O MANUSEIO DE BOMBINHAS OU RESTOS DE FOGOS, QUE ESTEJAM NO CHÃO
Mesmo que pareçam apagadas, bombinhas e outros restos de fogos podem explodir e causar lesões graves, como queimaduras e perda de dedos.
6. NÃO AS DEIXE SOLTAR BALÕES
Além de ser crime ambiental, soltar balões pode causar incêndios em casas, matas e fios elétricos. Oriente as crianças sobre os riscos.
7. SAIBA O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE
Ensine o básico: não correr se a roupa pegar fogo, e sim rolar no chão para apaga-lo. Também oriente a criança a procurar um adulto imediatamente.