A importância da testagem no combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) – Portal ComSaúde Bahia
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DIAGNÓSTICO/ISTs
A importância da testagem no combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
Especialista indica os principais exames voltados ao diagnóstico
Por:Redação | 16/02/2024 às 15:02

Depois de tomar conta das ruas, as festas e celebrações do Carnaval costumam levar ao aumento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), doenças provocadas por vírus, bactérias e demais microrganismos. Geralmente transmitidas durante o contato sexual sem o uso de preservativos, esses quadros podem não apresentar sintomas e nem sempre são fáceis de detectar. Por conta disso, se houve exposição a riscos durante os dias de folia, como sexo desprotegido, é fundamental a realização de exames.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2021, os casos de sífilis cresceram 800% no Brasil. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as ISTs, o que inclui hepatites, gonorreia, clamídia, HPV (Papilomavírus Humano), herpes e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), estão entre as cinco principais causas de procura por serviços de saúde no planeta. Sem o devido diagnóstico, podem se agravar e resultar em problemas que vão desde inflamações até câncer e infertilidade. Além dessas consequências, na ausência de conhecimento sobre a situação, as pessoas tendem a passá-las para as outras.

Sintomas
O diretor técnico do IHEF Laboratório, Marcus Machado esclarece que é preciso ficar atento ao surgimento de sintomas comuns, a exemplo de feridas, corrimentos, verrugas genitais, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. No entanto, como normalmente as infecções são silenciosas ou apresentam sinais leves, o check-up é crucial para identificação no estágio inicial.

“Em momentos como esse, antes e depois de festejos como o Carnaval, a testagem é de fundamental importância, principalmente para as pessoas que se expuseram com quem não tinham relacionamentos prévios. Isso também cria uma consciência de prevenção no cuidado com o outro”, ressalta o farmacêutico bioquímico.

Diagnóstico e tratamento
O especialista explica que os testes moleculares com PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) trouxeram um ganho significativo na especificidade e precisão dos diagnósticos de ISTs, bem como na redução do prazo de realização e liberação dos resultados.

Outra grande vantagem, segundo ele, é a possibilidade de utilização de diversas matrizes biológicas e a investigação simultânea de vários agentes em uma única amostra. “Esse exame possui capacidade de detectar agentes infecciosos como vírus e bactérias com alta sensibilidade, sem necessidade de encontrar microrganismos viáveis na amostra biológica. Apesar dessa especificidade, no IHEF, o prazo de entrega é de somente três dias úteis”, afirma.

Ele ainda destaca que o método chamado de PCR multiplex também é capaz de identificar, em uma única reação, a maioria das bactérias associadas às infecções do trato genital, a exemplo de Chlamydia trachomatis, Mycoplasma genitalium, Neisseria gonorrhoeae e Trichomonas vaginalis. As análises podem ser feitas a partir de amostras de raspado endocervical, vaginal, cervicovaginal, retal, de orofaringe e em urina de primeiro jato. Já para a descoberta de sífilis, HIV, hepatite B e herpes genital, os testes sorológicos são os mais adequados.

Quanto ao tratamento, o diretor técnico enfatiza a necessidade de orientação médica. “Após a confirmação da presença de algum agente causador, geralmente é indicado o uso de antibióticos e retrovirais através de comprimidos e medicamentos tópicos, como cremes e pomadas”, finaliza.