O aumento da temperatura e o acúmulo de água da chuva no verão favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Os dados do ano passado, do Ministério da Saúde, apontam crescimento no número de casos de dengue, representando um possível novo pico de infecções, segundo especialista em pragas urbanas da BASF.
Os dados divulgados pelo Ministério apontam que houve aumento de 16,8% dos casos prováveis de dengue no país em 2023, com mais de 1,6 milhão de notificações. Em 2024, o caminho para desacelerar o aumento de casos é a conscientização da população.
Para ampliar e agilizar a organização de estratégias de vigilância, frente ao aumento de casos de dengue no Brasil, o Ministério da Saúde instalou, nesta quinta-feira (1º), um Centro de Operações de Emergência – COE Dengue. O anúncio foi feito pela ministra Nísia Trindade durante a abertura da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília (DF), reforçando que a atuação será coordenada com estados e municípios. A medida permite uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento dos casos.
Em 2024, até o momento, o Brasil registrou 243.721 casos prováveis de dengue, sendo 52.069 casos na semana epidemiológica 1 (31/12 a 6/1), 63.995 na semana 2 (7 a 13/1), 79.872 casos prováveis de dengue na semana 3 (14 a 20/1) e 47.785 casos na semana epidemiológica 4 (21 a 27/4). Os dados são do painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde.
“A mensagem é de mobilização nacional, de união de esforços com estados e municípios. De um Brasil unido contra a dengue. Nós estamos, desde novembro, com uma série de ações para monitorar o avanço da doença. Temos o SUS, com toda sua capilaridade, os Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. É um movimento de governo, mas também precisamos do apoio da sociedade”, frisou a ministra.
Jeferson de Andrade, pesquisador de Desenvolvimento de Produto e Mercado da BASF, destaca a importância da colaboração da sociedade no combate ao mosquito. “As arboviroses, que são as doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos, são cíclicas, com aumentos e quedas no decorrer dos anos. O crescimento no número de casos prováveis pode apontar para um possível cenário epidêmico. Por isso, medidas simples, como o uso de telas em portas e janelas, areia nos vasos de plantas e a manutenção de ambientes livres de entulhos, são cruciais”.
Sintomas e prevenção
Os sintomas de dengue, chikungunya ou Zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação do Ministério da Saúde é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
Reprodução do mosquito
O pesquisador, Jeferson de Andrade, ainda destaca alguns pontos importantes sobre a reprodução e os locais utilizados como criadouros do inseto. “Sabemos que os principais focos do mosquito ficam principalmente nas residências e arredores. O Aedes aegypti pode depositar seus ovos em qualquer tipo de recipiente, embalagens e até no lixo descartado incorretamente. Por isso, é importante eliminar objetos com água parada independentemente da exposição ao sol. As piscinas podem se tornar criadouros potenciais, por isso é altamente recomendado que elas sejam esvaziadas quando não estiverem em uso, ou tratadas de forma adequada após as chuvas”.
O especialista da BASF finaliza:
“O controle do mosquito deve ser contínuo, mesmo no inverno, porque os ovos podem sobreviver durante essa estação e retomar o desenvolvimento na primavera. Eles possuem a capacidade de permanecerem ativos por até um ano, mesmo em água suja ou em ambientes secos.”
DICAS PARA MANTER A SUA CASA PROTEGIDA DO MOSQUITO DA DENGUE
Manutenção e controle de água parada:
• Remova todos os recipientes que possam acumular água em sua propriedade, como vasos, pratos, pneus velhos, garrafas e latas vazias.
• Esvazie piscinas sem uso regularmente.
• Certifique-se de que as caixas d’água estejam bem vedadas, sem frestas que possam permitir a entrada de mosquitos.
• Adicione cloro em piscinas e outros produtos para evitar o desenvolvimento das larvas.
Cuidados com áreas comuns:
• Instale telas em portas e janelas para impedir a entrada dos mosquitos adultos.
• Mantenha o quintal limpo, eliminando folhas e detritos que possam acumular água.
• Coloque uma camada de areia nos vasos de plantas para evitar o acúmulo de água e criar uma barreira contra a reprodução do mosquito.
• Faça inspeções regulares em sua propriedade para identificar e eliminar potenciais criadouros.
• É fundamental adotar práticas de prevenção contínuas para interromper o ciclo de vida do Aedes aegypti e, assim, reduzir a incidência de doenças transmitidas por esse vetor, como dengue, zika e chikungunya.