Os medicamentos são substâncias essenciais para a saúde da população e utilizados principalmente com o objetivo de prevenir e tratar doenças. No entanto, para manter a integridade do princípio ativo e garantir a eficácia no tratamento, alguns pontos importantes sobre o seu armazenamento devem ser considerados. Seu descarte também deve ser feito de maneira adequada para evitar prejuízos à saúde e ao meio ambiente.
“A maioria dos medicamentos necessitam de dois tipos de armazenamento distintos: de temperatura ambiente (15 e 30°C), que precisam de um local fresco, seco e protegido da luz, e os termolábeis, que carecem de refrigeração com temperatura entre 2 e 8 graus centígrados“, explica Mônica Barreto, farmacêutica na Unidade Salvador da Clínica Florence. Ela lembra que a forma mais indicada de acondicionamento está contida na bula.
Os comprimidos ou cápsulas não devem ser retirados do frasco ou blister antes do momento de uso. Isso evita o comprometimento de seu princípio ativo e mantém iao alcance do consumidor informações essenciais, como lote, validade e condições de armazenamento. Caso, ainda assim, seja necessário fracionar o medicamento, o ideal é cortar o blister, mantendo o comprimido ou cápsula dentro da fração cortada e guardar a embalagem com as informações de lote e validade para possíveis consultas posteriores.
Erros para evitar
O acondicionamento inadequado pode causar perda total da atividade do medicamento ou perda de certas características específicas de alguns medicamentos, como revestimento entérico, perda da ação de liberação modificada, dentre outros fatores. De acordo com Mônica Barreto, os principais erros cometidos incluem:
• Armazenar remédios em locais úmidos, quentes e expostos ao sol, a exemplo do banheiro e da cozinha – tudo que deve ser evitado para uma boa conservação dos medicamentos;
• Utilizar caixas no modelo “porta comprimidos” para guardar medicamentos fora da embalagem.
Descarte adequado
Outro ponto importante em relação aos medicamentos é sobre o descarte correto dos produtos vencidos ou sobejo de tratamento. Eles não podem ser desprezados em lixo comum, devendo ser descartados em postos de descarte presentes em farmácias e drogarias. O descarte é gratuito e, caso a farmácia não possua um ponto de coleta, o farmacêutico saberá informar qual o mais próximo.
Quando abandonados em locais inapropriados, os remédios podem provocar prejuízos ao meio ambiente. “Esse descarte inadequado pode contaminar o meio ambiente, levando substâncias químicas nocivas para o solo, rios e lençóis freáticos, consequentemente atingindo as plantas, os animais e o homem”, explica a farmacêutica da Florence.
Insumos de medicamentos injetáveis, como a insulina, agulhas, lancetas e frascos de vidros vazios e abertos, também merecem atenção. Os materiais já utilizados e com resíduo de medicamento e sangue devem ser acondicionados em um recipiente rígido, como caixas específicas para o descarte ou, até mesmo, em sua ausência, uma garrafa PET com tampa. Esse acondicionamento adequado antes do descarte garante que nenhuma pessoa se contamine.
Por fim, a farmacêutica faz um alerta: “verifique, sempre que possível, sua caixa de remédios para saber a validade dos medicamentos. Alguns possuem validade curta e outros, como os chamados multidoses, a exemplo de colírios, pomadas e xaropes, têm validade reduzida após a abertura. O ideal é fazer essa revisão a cada dois meses no seu estoque familiar“, finaliza.