Cuidar do colesterol é cuidar da longevidade e prevenir doenças cardiovasculares – Portal ComSaúde Bahia
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CONTROLE DO COLESTEROL
Cuidar do colesterol é cuidar da longevidade e prevenir doenças cardiovasculares
Dados do MS mostram que cerca de 40% da população brasileira tem o colesterol elevado e SBEM lança campanha de conscientização no Dia Nacional de Combate ao Colesterol
Por:Susy Moreno | 08/08/2024 às 07:19

Em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Colesterol, 8 de agosto, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lança uma campanha de conscientização com o tema “Cuidar do colesterol é cuidar da longevidade – o verdadeiro ‘anti-aging'”. O objetivo é destacar a importância do controle dos níveis de colesterol como uma estratégia fundamental para prevenir doenças cardiovasculares e promover um envelhecimento saudável.

O colesterol é essencial para o funcionamento do organismo, compondo as células de diversos órgãos e atuando como precursor na formação de hormônios e vitaminas. No entanto, seus níveis devem ser controlados para evitar complicações, especialmente as doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, que hoje são a principal causa de morte no mundo e no Brasil, com 300 mil óbitos anuais.

Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 40% da população brasileira tem o colesterol elevado, sendo a prevalência de colesterol LDL elevado (o chamado “colesterol ruim”) alta na população, especialmente entre os idosos. Segundo o endocrinologista Joaquim Custódio, presidente do Departamento de Dislipidemias e Aterosclerose da SBEM, a mudança na pirâmide etária do país nas últimas décadas torna o controle do colesterol um dos principais desafios da saúde pública.

Embora o envelhecimento seja inevitável, é possível alcançar idades avançadas com saúde e vitalidade. Para isso, é importante realizar avaliações preventivas, e o controle do colesterol é uma peça-chave nesse processo”, destaca.

O médico explica que a Endocrinologia e Metabologia é uma área da Medicina que lida diretamente com o manejo do colesterol. “Cerca de 70% do colesterol no sangue é produzido pelo fígado, enquanto apenas 30% vêm da alimentação, por isso, em muitos casos, é necessário o uso de medicações”, alerta Custódio.

O fígado
De acordo com o hepatologista Dr. Raymundo Paraná o colesterol é resultado tanto da absorção intestinal quanto da produção de colesterol no fígado. Ele explica que o fígado excreta o colesterol através da bile, e o problema da hipercolesterolemia (taxas elevadas de colesterol ruim) geralmente não está relacionado à falta de excreção pelo fígado, exceto em casos de obstrução biliar. “Na maioria das vezes, a hipercolesterolemia é de origem genética”, completa Dr. Paraná.

Riscos de doenças cardiovasculares
Segundo Custódio, quando associada a outras condições como hipertensão arterial, sobrepeso, obesidade e diabetes mellitus, a elevação do colesterol LDL aumenta ainda mais o risco de eventos cardiovasculares. Por isso, é recomendada a avaliação rotineira dos níveis de colesterol e suas frações (LDL-c, HDL-c, triglicérides) como uma medida preventiva. “Essa avaliação deve ser acompanhada por um profissional médico capacitado, que considere os fatores de risco individuais para definir a melhor abordagem de tratamento, quando indicado”, ressalta Custódio.

Atualmente, as estatinas são as medicações mais utilizadas no controle do colesterol. Segundo o endocrinologista, o tratamento adequado com essas drogas pode reduzir significativamente a mortalidade. “A cada redução de 40 mg/dL no colesterol LDL, a mortalidade por infarto do miocárdio diminui em 20%. Portanto, quanto mais alto o colesterol, mais importante é o tratamento”, reforça Custódio, enfatizando que a adesão ao tratamento é essencial para garantir resultados a longo prazo.

Níveis ideais de colesterol
Os níveis ideais de colesterol variam de acordo com o histórico de doenças e fatores de risco de cada pessoa. De maneira geral, sem fatores agravantes, o LDL deve ser mantido abaixo de 130 mg/dL. Mas, para quem já sofreu um infarto, a meta é mais rigorosa, com LDL entre 50 e 70 mg/dL. “Todos os adultos e crianças acima de 10 anos deveriam dosar o colesterol pelo menos uma vez. Se os níveis estiverem elevados, é importante consultar um endocrinologista para avaliar o risco cardiovascular e planejar um tratamento adequado”, explica Custódio.

O Dia de Combate ao Colesterol foi criado como estratégia para promover ações de conscientização e prevenção contra o colesterol alto. “O objetivo da campanha da SBEM é reforçar a necessidade de informação científica de qualidade para que todos possam envelhecer de forma saudável, preservando a qualidade de vida”, destaca Joaquim Custódio.