A adolescência é uma fase da vida em que ocorrem não apenas a descoberta de um novo corpo e da própria identidade, mas também transformações decorrentes das alterações hormonais, que frequentemente incluem a insatisfação com a própria imagem. Uma das frustrações comuns para as adolescentes é a demora no desenvolvimento dos seios, o que pode afetar a qualidade de vida.
Devido à preocupação estética, muitos jovens têm apostado na tão sonhada prótese de silicone antes mesmo de completarem os 18 anos e a procura tem se tornado uma tendência nesta faixa de idade. É o que revela a pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) que aponta que o Brasil está no top 3 da lista dos países com o maior número de cirurgias plásticas, junto dos Estados Unidos e México. A pesquisa feita em 2016 revela que dentre os adeptos estão os jovens, que realizaram quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos.
O cirurgião plástico, Fellipe Barbosa, avalia que os procedimentos cirúrgicos com fins estéticos são recomendados para jovens a partir dos 16 anos, quando possuem mais autonomia e maturidade para tomarem decisões. “A paciente precisa ter a maturidade e consentimento dos pais ou responsáveis para realizar a cirurgia de implante de mama e, principalmente, entender o ato cirúrgico e que pode exigir riscos e intercorrências”, afirma o médico.
Fellipe diz que não há restrição para realizar o implante de silicone de mama em jovens e os cuidados são os mesmos para todas as idades, mas o estado de bem-estar físico, mental e psicológico são fatores essenciais e que vão trazer benefícios para a qualidade de vida da paciente. “Além da motivação para operar, a paciente precisa estar clinicamente saudável, com peso adequado, sem nenhuma doença e não fazer uso de cigarros”, indica o médico.
Segundo a SBCP, somente nos últimos dez anos, houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos e o implante de silicone está entre as cirurgias mais procuradas. O médico conclui que o aumento dessa procura se deve também ao amplo acesso à informação pelas redes sociais.
“Por mais que haja informação, um ponto que precisa ser destacado é que os pais precisam entender os motivos que levam a filha a realizar o procedimento, pois existem alterações hormonais que podem gerar prejuízos psicoemocional e social nas jovens e, na maioria das vezes, os pais não tem conhecimento e não buscam informação e assistência adequada”, finaliza.