Celebrado hoje, 29 de janeiro, o Dia Nacional da Visibilidade Trans é uma oportunidade para trazer à tona demandas da população travesti e trans brasileiras e o debate sobre temas que vão desde a forma de atendimento até a implementação de técnicas, políticas públicas e serviços específicos para essas pessoas, principalmente na área de saúde.

A Maternidade Climério de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (MCO-UFBA/Ebserh), participa desse esforço com várias iniciativas, junto com pacientes e profissionais da instituição que lutam pela garantia de proteção social e defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+.

Com o propósito de aprimorar sua capacidade assistencial na área de atenção à saúde durante e após a gestação, a Maternidade desenvolveu o programa “Transgesta”. Trata-se de um programa voltado às pessoas que se reconheçam e se declarem transexuais, travestis, trangêneras, intersexo e outras denominações que representam formas diversas de vivência e de expressão da identidade de gênero, tornando-se referência em atendimento à população trans na Bahia desde 2021.

De acordo com a Maternidade, a oferta de atendimento adequado e procedimentos específicos para a população trans é uma forma de democratizar o acesso à saúde, garantindo que uma parte da população historicamente privada de direitos tenha acesso digno

Educação
“A MCO atua com estudantes e esperamos que forme profissionais conscientes e respeitosos. Atender pacientes trans faz com que estudantes lidem com as diferenças, percebam, normalizem e naturalizem para que o atendimento à população trans seja tão respeitoso, humanizado e integral como o de qualquer paciente”, afirma a psicóloga Leila Ambros.

Atendimento
O ‘Trangesta’ já realizou o acompanhamento de sete homens trans gestantes, bem como o nascimento de nove bebês na MCO-UFBA/Ebserh. O estudante de Artes Pietro Augusto, de 31 anos, foi uma das pessoas que realizou o pré-natal por meio do projeto.
Ele pariu um bebê do sexo masculino em julho de 2023.

“Meu atendimento foi muito tranquilo. Tive receio de que fosse traumático, mas foi maravilhoso. Desde a recepção fui muito bem recebido. As pessoas foram respeitosas durante todo o atendimento, do pré-natal até o parto. Seria muito importante que todas as maternidades e demais estabelecimentos tivessem esse olhar mais cuidadoso para outros corpos”, avalia.

Acesso ao serviço
Para ter acesso ao programa, a pessoa pode ir à Maternidade espontaneamente ou ser encaminhada através da regulação via unidade básica de saúde.