Na saúde: “É Melhor prevenir do que remediar” – Portal ComSaúde Bahia
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DIA MUNDIAL DA SAÚDE
Na saúde: “É Melhor prevenir do que remediar”
Prevenção, promoção, direitos e práticas de saúde são fundamentais para garantir a saúde tanto individual quanto coletiva
Por:Susy Moreno | 08/04/2024 às 07:54

O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 07 de abril, reforça a importância de zelar pelo bem-estar físico e mental. Uma das abordagens mais eficazes para manter o controle sobre a saúde é através de avaliações médicas regulares e da atenção constante aos cuidados diários com o corpo e a mente. É crucial reconhecer que a saúde é um conceito abrangente e multifacetado, indo muito além da mera ausência de doenças.

A saúde dos indivíduos e da população é influenciada por fatores de diferentes ordens entre os quais se incluem: o lugar onde vivemos, as condições ambientais, os fatores genéticos, a renda dos indivíduos e o nível educacional e a rede de relações sociais. O tema da Campanha este ano é “Minha saúde, meu direito”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tema foi escolhido para defender o direito de todas as pessoas, em todos os lugares, de terem acesso a serviços de saúde, educação e informação, bem como à água potável, ao ar puro, à alimentação saudável, à moradia de qualidade, a condições ambientais e de trabalho decentes e a viverem livres de discriminação.

A expressão “É melhor prevenir do que remediar” ressalta a importância de antecipar e evitar problemas em vez de lidar com as consequências após sua ocorrência. No contexto da saúde, essa máxima se revela pertinente, destacando a importância da prevenção de doenças e da promoção da saúde. No entanto, é fundamental compreender que prevenção e promoção são conceitos distintos, embora complementares.

Prevenção e promoção
A prevenção concentra-se em evitar que problemas de saúde ocorram, adotando medidas proativas, como vacinação, adoção de hábitos saudáveis e realização de exames regulares. Seu objetivo é identificar precocemente fatores de risco e intervir antes que as doenças se desenvolvam, reduzindo assim sua incidência e gravidade.

Por outro lado, a promoção da saúde vai além da simples prevenção de doenças, buscando o bem-estar físico, mental e social das pessoas. Envolve a criação de ambientes saudáveis, a promoção de estilos de vida saudáveis, o acesso equitativo aos serviços de saúde e a capacitação das comunidades para cuidarem de sua própria saúde.

Portanto, embora prevenção e promoção estejam intrinsecamente relacionadas e compartilhem objetivos semelhantes, é importante reconhecer suas nuances e abordagens específicas. Combinadas de maneira eficaz, essas estratégias podem contribuir significativamente para a melhoria da saúde da população e para a redução do impacto das doenças na sociedade.

Conceito de saúde
Publicado na Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, o texto explica que em 1947, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças”. No entanto, de acordo com o texto, essa definição é considerada irrealista, ultrapassada e unilateral, pois busca uma perfeição inatingível.

Os padrões de vida e o ritmo imposto pela cultura, organização do trabalho e vida nas grandes cidades tornam evidente a necessidade de um conceito mais amplo de saúde. Este vai além do aspecto biológico e não pode ser considerado unicamente sob a ótica da doença.

Nesse contexto, é fundamental compreender a saúde dentro de um quadro que inclui suas dimensões históricas, econômicas, políticas e sociais, além de considerar a qualidade de vida, as necessidades básicas do ser humano, seus valores, crenças, direitos e deveres. Devemos analisar também as relações dinâmicas e construídas ao longo de toda a vida e no ambiente em que se vive.

Numa publicação da Fiocruz, feita pelo Professor de Saúde Pública, Paulo M. Buss, ele ressalta que a saúde é amplamente reconhecida como o maior e o melhor recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, assim como uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida. “A saúde é o resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos, políticos e culturais, coletivos e individuais, que se combinam, de forma particular, em cada sociedade e em conjunturas específicas, daí resultando sociedades mais ou menos saudáveis”.

Considerando a importância crucial da saúde em nossas vidas, propomos concentrar nossa atenção em dois aspectos: a relevância da realização de exames de rotina e as principais orientações sobre como manter a saúde em dia.

A prática do “Check-up”
A prática do “check-up” se refere à realização dos exames de rotina, também denominados exames complementares, que auxiliam na avaliação clínica do paciente. Normalmente, eles visam detectar precocemente algumas doenças ou alterações que, se não tratadas ou gerenciadas em sua fase inicial, podem evoluir para condições mais graves.

Essas avaliações médicas abrangentes não apenas detectam problemas de saúde precocemente, mas também fornecem orientações valiosas para um estilo de vida mais saudável”, afirma o Dr. Raul Queiroz Mota de Sousa, Médico de Família e Comunidade da UBS Jardim Valquíria, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

O rastreamento é totalmente individualizado, uma vez que cada pessoa apresenta suas peculiaridades. “É por meio da avaliação integral, realizada pelo médico ou médica de família, que se torna possível identificar quais exames serão necessários. Diversos fatores são levados em consideração, tais como idade, gênero, estado nutricional, contexto social, hábitos de vida, exposição a situações de risco, história pessoal e familiar, entre outros”, explica o especialista.

Saúde na prática
Os principais elementos que contribuem para uma vida saudável são uma combinação de bons hábitos, que reduzem o risco de desenvolver doenças físicas e mentais. Confira as recomendações de estudos da OMS e do Ministério da Saúde.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Hábitos alimentares saudáveis são essenciais para prevenir doenças e promover a saúde, já que alimentos in natura ou minimamente processados fornecem os nutrientes necessários para a manutenção e restauração do organismo.

ÁGUA
O corpo humano contém aproximadamente 75% de água na infância e mais da metade na idade adulta. Essa substância desempenha um papel crucial no transporte de nutrientes e na regulação das células, além de desempenhar outras funções vitais no organismo.

ATIVIDADE FÍSICA
Uma vida fisicamente ativa promove benefícios tanto na prevenção quanto no tratamento de diversas doenças, inclusive o câncer. A prática de atividade física deve ser incentivada em todos os momentos da vida, pois traz muitos benefícios para a saúde. Colocar o corpo em movimento ajuda a melhorar o humor, os sintomas da ansiedade, os quadros de depressão e estresse. Além disso, protege e melhora o sistema imunológico, fortalece os ossos e músculos, evita problemas nas articulações, melhora a flexibilidade, a capacidade funcional.

SONO DE QUALIDADE
A parcela de horas que tiramos à noite para dormir são muito preciosas para a reparação do nosso organismo. É durante o sono que recuperamos tudo aquilo que foi gasto durante o dia. Nesse sentido, a saúde tem tudo a ver com uma noite bem dormida!.

SAÚDE MENTAL
O ser humano é sociável por natureza, então estreitar laços e desenvolver um vínculo afetivo é muito importante para manter a mente saudável! Mas tão importante quanto o relacionamento com outras pessoas é o relacionamento com nós mesmos. E a nossa saúde mental também está diretamente ligada a satisfação interior. Nesse sentido, o primeiro passo para desenvolver tanto uma boa autoestima quanto o amor próprio é o autoconhecimento.

NÃO AO TABAGISMO
Já que falamos sobre saúde física e mental, não dá para esquecer do cigarro. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo por si só tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório, doenças cardiovasculares, do aparelho digestivo e tantas outras que com certeza interferem na qualidade de vida de qualquer pessoa.

Direito à saúde
O direito social à saúde, intrínseco à condição de cidadania, deve ser garantido sem discriminação de raça, religião, ideologia política ou situação socioeconômica, sendo reconhecido como um bem coletivo essencial.

Em uma publicação de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) reitera esse conceito, estabelecendo quatro condições fundamentais para que um Estado cumpra o direito à saúde de sua população: disponibilidade financeira, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade dos serviços de saúde pública.

No contexto do Brasil, a Constituição de 1988 reconhece a saúde como um direito de todos e um dever do Estado. Para garantir esse direito, foi instituído o Sistema Único de Saúde (SUS), fundamentado em três princípios básicos: universalidade, equidade de acesso e integralidade na prestação dos serviços.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicou: “O Conselho de Economia da Saúde para Todos da OMS constatou que pelo menos 140 países reconhecem a saúde como um direito humano em suas constituições. No entanto, os países não estão conseguindo aprovar e implementar leis para garantir que suas populações tenham o direito de acessar os serviços de saúde. Isso corrobora o fato de que pelo menos 4,5 bilhões de pessoas (mais da metade da população mundial) não estavam totalmente cobertas por serviços essenciais de saúde em 2021”.

É importante destacar o quanto devemos reconhecer e valorizar as diversas iniciativas promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e defender sua ampliação orçamentária, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, e outras medidas destinadas a melhorar seus serviços para toda a população brasileira de forma abrangente e completa”,

Susy Moreno, CEO do Portal ComSaúde Bahia.