Com as elevadas temperaturas enfrentadas no Brasil, é comum que muitas pessoas experimentem crises de dores de cabeça. Uma das principais razões para esse sintoma é o fato de que o calor favorece a desidratação, o que, por sua vez, pode desencadear as dores. Para aqueles que já têm uma predisposição a ter dores de cabeça, esse problema pode ser agravado. De acordo com o Ministério da Saúde, a enxaqueca é uma doença neurológica, genética e crônica cuja principal característica é a dor de cabeça latejante, em um ou nos dois lados da cabeça.
Uma pesquisa realizada pelo Centro Médico Beth Israel Deaconess de Boston, nos Estados Unidos, que envolveu cerca de sete mil pacientes, mostrou que a incidência de dores de cabeça como enxaqueca e cefaleia aumentam mais de 7% para cada 5ºC a mais na temperatura ambiente. Atualmente já se sabe que a enxaqueca é uma doença de todo o cérebro, onde a tendência genética e o ambiente (gatilhos) interagem o tempo todo
A enxaqueca
O médico neurologista e proprietário da clínica Modula Dor, Márcio Siega, explica que o principal problema é a desidratação. “A enxaqueca e o calor têm uma forte relação por dois motivos principais: as altas temperaturas causam desidratação e, quando o paciente se desidrata, tem uma chance maior de ativar uma crise de enxaqueca. Mas outra possibilidade é a exposição luminosa, quando a claridade incomoda o paciente que está com uma crise de enxaqueca”, explica.
Para este momento, as dicas do especialista são fáceis de serem seguidas. “Se hidratar bastante, ter uma alimentação mais leve e, ao se expor ao sol, sempre usar óculos escuros”, recomenda.
A cefaleia
A cefaleia é a dor em qualquer parte da cabeça, incluindo couro cabeludo, face e interior da cabeça. Fatores ambientais, como o calor, a pressão, a umidade e a poluição do ar podem influenciar no aparecimento de dores de cabeça. O calor, em específico, pode facilitar a desidratação, o que causa um desequilíbrio nos processos de entrada e saída de sódio e potássio das células, facilitando as dores intensas.
Tratamentos
Já para quem sofre de cefaléia crônica, é possível apostar em estratégias além de remédios para tratar o problema. “Podemos fazer o tratamento com ou sem remédios”, garante o neurologista. Entre os procedimentos a serem realizados, o médico aponta a estimulação elétrica cerebral transcraniana, na qual é colocado um aparelho na região do couro cabeludo para estimular o cérebro a combater a enxaqueca e outras doenças.
“Existe também a estimulação elétrica periférica, ou eletroacupuntura, onde são colocados eletrodos em pontos estratégicos que ajuda o corpo a liberar serotonina e endorfina. O biofeedback, que é um fio condutor plugado no dedo ou na orelha conectado a uma televisão e o paciente vai controlando a respiração como se fosse uma meditação guiada para criar a sensação de bem-estar pleno”, explica o neurologista.
“Outra solução são os exercícios específicos, com o intuito de liberar a musculatura da região cervical ou da mandíbula que tem grande associação com as dores de cabeça. Auto Massagens também ajudam a aliviar a dor de cabeça além da orientação de um exercício físico adequado”, aponta. “Há ainda técnicas educativas que auxiliam o paciente na melhoria da enxaqueca. Por exemplo, o controle do sono, a higiene do sono, orientações quanto à alimentação, evitar jejum prolongado e controle de ansiedade”, completa.
Sintomas comuns da enxaqueca
Sensibilidade à luz, a cheiros, ao barulho;
Náuseas, vômitos;
Sintomas visuais, como pontos luminosos, escuros, linhas em ziguezague que antecedem ou acompanham as crises de dor;
Formigamento e dormências no corpo (as auras da enxaqueca);
Tonturas, sensibilidade a movimentos ou passar mal em viagens de carro, ônibus, barco.