O uso crescente de tecnologia, redes sociais e jogos eletrônicos tem se tornado uma parte integral da vida das crianças e adolescentes. Embora essas ferramentas ofereçam muitos benefícios, também apresentam desafios significativos quando se trata de saúde mental infantil.
A dependência excessiva de dispositivos eletrônicos e jogos digitais levaram a preocupações sobre os riscos de vício em tecnologia. Os efeitos desse vício na saúde mental das crianças, incluindo problemas de sono, ansiedade e isolamento social, têm sido áreas de investigação significativas na psicologia infantil. Segundo a psicóloga Bianca Reis, é fundamental que os pais estejam atentos aos sinais de alerta que indicam que seus filhos podem estar enfrentando problemas psicológicos relacionados ao uso inadequado ou excessivo dessas tecnologias.
De acordo com a Agência Brasil, um estudo conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), apontou que 93% das crianças e adolescentes do país entre 9 e 17 anos são usuárias de internet, o que corresponde a cerca de 22,3 milhões de pessoas conectadas nessa faixa etária.
O outro aspecto a ser considerado foi a situação do novo coronavírus (Covid-19), que afetou a vida das pessoas não apenas em termos de saúde física, mas também mental. A pandemia representou um evento inesperado que gerou estresse, medo, incerteza e desgaste emocional nos indivíduos, porém o impacto psicológico em crianças e adolescentes tem exigido uma atenção especial.
Com o intuito de evitar os principais danos resultantes do uso impróprio das tecnologias digitais e promover práticas saudáveis nesses novos dispositivos, especialmente para o público infantil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desenvolveu o documento intitulado #MenosTelas#MaisSaúde. Nesse material, são reunidas diretrizes específicas para diferentes faixas etárias, estipulando limites e destacando a importância da supervisão e mediação qualificada de um adulto responsável durante o uso de telas, como forma de entretenimento.
A psicóloga explica que alguns sinais podem ser motivos de preocupação em relação ao uso de tecnologias digitais, como redes sociais e jogos: “Quando a criança deixa de realizar atividades básicas do dia a dia longe das telas, como comer, tomar banho, escovar os dentes e estudar; quando ela não demonstra interesse por outras coisas, como brinquedos, livros, ambientes externos e pessoas; quando a criança apresenta sinais de alta ansiedade, sintomas depressivos e comportamentos dissociativos; quando os acordos relacionados ao uso de telas são constantemente renegociados, refeitos ou desfeitos; e quando a criança demonstra incapacidade de se comportar sem o uso das telas”, enfatiza Bianca.
Aproveitando o mês das crianças, a ‘Entrevista com o Especialista’ traz uma abordagem sobre como os pais podem identificar tais sinais, estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo digital e a vida real e quando é apropriado buscar ajuda profissional para seus filhos. Exploramos essas questões com a psicóloga Bianca Reis. Confira a entrevista, na íntegra, aqui.