Obesidade e câncer: preocupação crescente na saúde pública
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OBESIDDAE
Obesidade e câncer: uma preocupação crescente na saúde pública
Estudo destaca o impacto da obesidade na incidência de cânceres, com foco no câncer de próstata e dados atualizados do Brasil
Por:Susy Moreno | 05/11/2024 às 23:28

A obesidade tem sido associada a um risco aumentado para o desenvolvimento de vários tipos de câncer, totalizando 13 formas identificadas por estudos recentes. Entre eles, destacam-se cânceres de esôfago, pâncreas, fígado, mama (em mulheres pós-menopáusicas), rim, e o de próstata, que afeta principalmente homens acima de 60 anos. Segundo dados da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC), a obesidade é um fator determinante para cerca de 20% de todos os casos de câncer.

Câncer de próstata
O câncer de próstata, em particular, é uma das principais preocupações para a saúde masculina, representando uma parcela significativa dos diagnósticos entre homens no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos, e estudos apontam que o excesso de peso pode agravar o risco de progressão da doença.

Geralmente, a obesidade está ligada a um câncer de próstata mais avançado, porque acaba prejudicando a descobertado câncer mais precocemente. Pode também alterar a sensibilidade do PSA, que é o exame feito para avaliar risco de câncer de próstata”, explica Dra. Andrea Pereira, médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil.

Ela complementa dizendo que a obesidade por si só, associada às comorbidades, também pode levar a uma menor resposta ao tratamento do câncer, a mais riscos cirúrgicos, já que a próstata acaba sendo levada para cirurgia, além de mais chances de complicações.

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o aumento da prevalência da obesidade está diretamente ligado a um aumento na carga de doenças crônicas, incluindo cânceres. Esses dados ressaltam a necessidade de políticas públicas que promovam a educação nutricional e a atividade física, fatores essenciais na prevenção do ganho de peso e de suas consequências.

Andrea Levy, psicóloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, reforça que “o primeiro passo ainda é vencer o preconceito para a busca do tratamento, já que ainda existem muitas pessoas que acreditam que a obesidade não é uma doença”. Ela conclui dizendo que as pessoas relacionam a obesidade à falha de caráter, falta de força de vontade ou algo que seja fácil de controlar, mas isso não é verdade, já que se trata de uma doença crônica e precisa de tratamento.