Obesidade é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer – Portal ComSaúde Bahia
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COMBATE AO CÂNCER
Obesidade é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de vários tipos de câncer
A obesidade está relacionada a 13 tipos de câncer, além de uma série de outros problemas de saúde
Por:Redação | 04/02/2024 às 21:26

A obesidade é uma doença crônica reconhecida como uma epidemia global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e suas consequências estão diretamente ligadas à qualidade e expectativa de vida das pessoas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, mais de 60% dos brasileiros adultos têm sobrepeso e 1 em cada 4 têm obesidade. Um levantamento da OMS revela que 10 milhões de pessoas morrem, todos os anos, por causa dos diferentes tipos de tumores malignos, sendo os cinco tipos de cânceres mais comuns: mama, pulmão, colorretal, próstata e o de pele.

De acordo com informações do INCA, estudos demonstram que atualmente o excesso de peso é um dos principais riscos para o desenvolvimento de câncer no Brasil. A obesidade está relacionada, por exemplo, ao aumento do risco de 13 tipos de câncer, entre eles os tumores de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e possivelmente associado aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.

A médica nutróloga Dra. Andrea Pereira, cofundadora da ONG Obesidade Brasil, relembra que a ajuda profissional é a forma mais efetiva de tratar a obesidade, já que isso deve ser feito de forma multidisciplinar e engloba diferentes frentes, como prática regular de atividade física, reeducação alimentar, acompanhamento psicológico, medicação e cirurgia bariátrica.

“O excesso de peso, além de estar associado a diversos outros problemas de saúde como diabetes, pressão alta, asma, gota, dor de cabeça, aumento de colesterol, sobrecargado sistema ósseo e articular, ainda leva a uma pior resposta ao tratamento desses cânceres, maiscasos de mortalidade, complicações e maior toxicidade”, explica a especialista.

O cirurgião bariátrico Dr. Carlos Schiavon, cofundador da ONG Obesidade Brasil e Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo diz que a cirurgia altera diversos aspectos da vida dos pacientes e deve ser avaliada como opção de tratamento.

“O primeiro aspecto é a própria relação com a comida, já que os pacientes passam a comer porções menores e alimentos menos calóricos e mais saudáveis. A perda de peso facilita a prática de atividade física que era difícil de ser realizada antes da cirurgia e muitas vezes acompanhada de dores. Temos estudos também que já comprovam o controle de hipertensão e diabetes após a realização da bariátrica. A autoestima também tem uma grande melhora”, conta Schiavon.

Psicóloga e presidente da ONG Obesidade Brasil, Andrea Levy também reforça que o primeiro passo ainda é vencer o preconceito para a busca do tratamento, já que ainda existem muitas pessoas que acreditam que a obesidade não é uma doença. “As pessoas relacionam a obesidade à falha de caráter, falta de força de vontade ou algo que seja fácil de controlar, mas isso não é verdade. Ela é uma doença crônica e precisa de tratamento”, conclui Andrea.