O programa Fantástico relatou a história de Brenda no último domingo (12). Uma jovem fã do grupo Rebelde, que em 2006 foi ao show da banda no Maracanã, no Rio de Janeiro, e perdeu a visão após fortes emoções, tornando-se posteriormente atleta paralímpica de judô.

A médica oftalmologista Luiza Paulo Filho comentou sobre o caso e explicou que o vírus herpes pode afetar o globo ocular, desde a córnea até a retina, de maneira mais profunda. Existem vários tipos de vírus herpes, sendo os mais comuns na população os herpes simples tipo 1 e tipo 2, e o herpes zoster.

O vírus herpes é comum na população, e algumas pessoas têm sintomas leves ou nenhum sintoma. Uma das doenças que esse vírus causa é a catapora. Depois de infectada, a pessoa mantém o vírus para sempre em seu organismo, geralmente na forma latente, “adormecido” sem causar sintomas. No entanto, em situações de baixa imunidade, como estresse, exposição solar intensa, fadiga física e mental, febre e outras doenças que reduzem a resistência do organismo, o vírus pode ser ativado e causar sintomas.

No caso da moça da reportagem, ela apresentou uma das doenças mais graves causadas pelo vírus herpes, conhecida como Necrose Retiniana Aguda, explicou a oftalmologista Luiza Paulo Filho.

Segundo Luiza, “Disfunções mentais e psicológicas são causas de ativação do vírus no organismo; a necrose retiniana aguda é uma doença infecciosa rara e grave que acomete indivíduos independentemente de sexo e idade. O vírus causa a morte das células da retina (necrose), oclusão de vasos sanguíneos e inflamação generalizada do globo ocular, que pode cursar com descolamento de retina e cegueira irreversível.”

Buscar atendimento rápido
Dra. Luiza Paulo Filho faz um alerta de que se não for tratada rápida e adequadamente, a infecção por herpes ocular pode evoluir para complicações graves, como o descolamento de retina.

É crucial buscar atendimento médico imediato ao notar sintomas de herpes ocular, como dor, vermelhidão, sensibilidade à luz, visão turva ou a presença de lesões na superfície do olho ou pele. O tratamento geralmente inclui medicamentos antivirais para controlar a infecção.

Atendimento na Bahia
Na Bahia, o Hospital Universitário Professor Edgars Santos (Hupes), mais conhecido como Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), destaca-se como referência no atendimento a pacientes com Herpes Ocular. Os pacientes que apresentam sintomas são encaminhados via regulação para uma avaliação por uma equipe especializada.

De acordo com a oftalmologista Dra. Patrícia Marback, coordenadora da equipe de transplante de córnea do Hupes, o serviço atende casos de herpes ocular, abrangendo diversas formas de apresentação. Eventualmente, são atendidos casos semelhantes aos relatados na reportagem do Fantástico, embora sejam raros. “Os casos de necrose aguda de retina necessitam de tratamento venoso, e normalmente realizamos isso com o acompanhamento em conjunto com a equipe de infectologia. A inflamação da córnea pelo vírus (outra forma de apresentação clínica) pode deixar sequelas que precisam de transplante de córnea para o tratamento. Felizmente casos assim também são pouco frequentes”, explica Dra. Marback.

Prevenção
A prevenção envolve a redução dos fatores desencadeantes, como estresse e exposição solar intensa, além de manter um sistema imunológico saudável. O acompanhamento regular com um oftalmologista é fundamental para detectar precocemente qualquer sinal de infecção ocular e evitar complicações, incluindo a perda de visão permanente.

Sintomas
Os sintomas da herpes ocular podem variar, mas geralmente incluem:

1. Dor nos olhos: Sensação de desconforto ou dor nos olhos.
2. Vermelhidão: Os olhos podem ficar vermelhos devido à inflamação.
3. Sensibilidade à luz: Fotofobia, ou seja, dificuldade em tolerar a luz intensa.
4. Visão turva: A infecção pode causar embaçamento na visão.
5. Sensação de corpo estranho: Como se algo estivesse presente nos olhos.
6. Secreção ocular: Pode haver produção excessiva de lágrimas ou outros fluidos.
7. Lesões na superfície ocular: Úlceras na córnea podem se formar.

É importante procurar atendimento médico ao notar qualquer um desses sintomas, especialmente se houver histórico de herpes labial ou outros fatores de risco. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações mais graves e preservar a saúde ocular.

Fatores de riscos
Algumas condições e fatores podem aumentar o risco de desenvolver herpes ocular. Estes incluem:

1. Histórico de Herpes Labial: Indivíduos com histórico de herpes labial têm maior probabilidade de desenvolver herpes ocular, pois ambos são geralmente causados pelos vírus herpes simplex.

2. Sistema Imunológico Comprometido: Pessoas com sistema imunológico enfraquecido devido a condições como HIV/AIDS, uso de medicamentos imunossupressores ou outras doenças imunossupressoras têm maior risco.

3. Estresse: Situações de estresse intenso podem desencadear reativação do vírus herpes, aumentando o risco de infecção ocular.

4. Exposição Solar Intensa: A exposição prolongada e intensa