A saúde mental no trabalho é um tema que se tornou essencial nas discussões do mundo corporativo. Os milhares de casos registrados têm acendido o alerta sobre a importância de medidas em relação a este aspecto, que pode afetar diretamente o desempenho dos profissionais envolvidos nas empresas, provocando afastamentos da jornada laboral, o desencadeamento de problemas emocionais e a dependência de recursos como medicamentos e terapias para contornar o problema.
A seção dedicada aos “Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho” na página do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (Ministério da Saúde) revela um dado alarmante. No período de 2007 a 2022, registrou-se um total de 17.681 afastamentos devido a esse motivo. Em 2007, contabilizou-se 119 afastamentos, contrastando de forma surpreendente com os 2.422 casos registrados em 2022, representando um aumento significativo de 20 vezes.
Uma pesquisa internacional realizada em 2023 nos Estados Unidos pela empresa de consultoria Deloitte indica que 77% dos funcionários relataram esgotamento no emprego atual e, para 91%, sentimentos de estresse e frustração têm um impacto negativo na qualidade das suas entregas.
Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Brasil, em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto em 2021 foram registrados 200.244 afastamentos.
Ainda em 2023, um estudo da Conexa, ecossistema digital de saúde, realizado com gestores e profissionais de recursos humanos de 767 empresas do país, constatou que a saúde mental do brasileiro no ambiente do trabalho não está em seu melhor momento. Das 1.589 pessoas que responderam perguntas elaboradas pela startup, 87% afirmaram ter ocorrido afastamento em sua corporação por causa de doenças que afetam a mente do colaborador. A ansiedade (com 51%) é o transtorno, de acordo com os pesquisados, que mais afastou as pessoas do trabalho, seguido por depressão (17%), estresse (16%) e síndrome de Burnout (14%).
Projeto voltado para a saúde do trabalhador
A especialista em Saúde no Trabalho e fisiologista do exercício, Bianca Vilela, lidera um projeto dedicado ao bem-estar dos profissionais, ressaltando o impacto direto dessa abordagem no desempenho no ambiente de trabalho. Neste início de ano, as iniciativas estão centradas na promoção da longevidade, um tema amplamente discutido, visando aprimorar a qualidade de vida e, por conseguinte, reduzir as taxas de afastamento nas empresas.
De acordo com Bianca, até o momento, mais de 150 mil colaboradores de diversas empresas foram beneficiados por um método personalizado desenvolvido por Bianca, com o objetivo de diminuir esses índices e proporcionar maior conforto aos profissionais que desempenham suas funções nas corporações.
Conforme a especialista destaca, a participação nessa atividade proporcionará aos colaboradores o desenvolvimento de habilidades essenciais para o autoconhecimento e controle de ações, sendo ferramentas valiosas em situações que exigem maior concentração. “Planejamos uma sessão abrangente que engloba diversas técnicas voltadas para o relaxamento, bem-estar e prevenção do estresse. As atividades são conduzidas mediante exercícios de respiração, alongamento, meditação e técnicas inspiradas no yoga”, compartilha.
Em sua metodologia, ela explora os 5 pilares da Saúde Integral, destacando temas cruciais, como a importância do sono, orientações sobre alimentação e pico glicêmico, estratégias para aumentar a produtividade, integrar a atividade física à rotina, identificar exercícios-chave para otimizar o metabolismo, cuidar da saúde mental e compreender a influência dos hormônios.
É crucial salientar que as lideranças das empresas desempenham um papel significativo no que tange à saúde mental dos colaboradores. Elas devem buscar formas de transformar o ambiente de trabalho em um espaço onde as pessoas não se sintam agredidas, perseguidas ou injustiçadas.
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@biancavilelaoficial
