Pessoas com diabetes têm maior chance de ter derrames – Portal ComSaúde Bahia
Foto:Freepik
DIABETES
Pessoas com diabetes têm maior chance de ter derrames
Especialistas explicam sobre a doença, o motivo de potencializar o risco de AVC e a importância do monitoramento e controle
Por:Susy Moreno | 26/06/2024 às 07:06

Caracterizado pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio responsável por regular a glicose no sangue e garantir energia necessária para o organismo, o diabetes acomete 10,2% da população no Brasil, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Existem diferentes tipos de diabetes, sendo os mais comuns o tipo 1 e o tipo 2. De acordo com o Ministério da Saúde, o tipo 2 é o mais prevalente.

O neurocirurgião, Orlando Maia, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia explica que o diabetes aumenta o risco do paciente sofrer acidente vascular cerebral (AVC), pois a falta da regulação de glicose causa lesões em diversos tecidos do corpo, vasos e órgãos. “Essas lesões e inflamações aumentam as chances de entupimento por causa de coágulos que se formam nos vasos. Caso afete algum tecido que irriga o cérebro, pode gerar um AVC isquêmico“, afirma.

No AVC isquêmico ocorre uma obstrução de alguma parte da circulação, podendo ser nas artérias, órgão que leva o sangue oxigenado ao cérebro, ou nas veias que fazem o retorno do sangue pelo organismo. Nesse caso, o procedimento a se fazer é desobstruir o local para que o sangue volte a circular e drene a região.

A cada um minuto sem circulação de sangue no cérebro, perde-se 15 milhões de neurônios. Por isso, quanto mais rápido o socorro, menores são as chances do paciente ter sequelas“, acrescenta

Os médicos destacam que é importante controlar os níveis de glicose, ter acompanhamento médico, sobretudo, quem tem casos da doença na família, e praticar hábitos saudáveis, tanto para prevenir, quanto para diagnosticar precocemente.

Monitoramento e controle

Apesar de não ter cura, a doença pode ser controlada por meio de medicação e uma vida mais saudável, tendo, por exemplo, uma boa alimentação, realizando exercícios físicos regularmente e mantendo o controle do estresse e do peso. O monitoramento do açúcar no sangue pode ajudar a prevenir o agravamento do diabetes, segundo a endocrinologista e consultora do Sabin Diagnóstico e Saúde, Thaisa Trujilho.

“Manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa recomendada para o paciente ajuda a prevenir as complicações do diabetes, como doenças cardíacas, danos aos nervos, problemas renais, perda de visão e amputações. Além disso, facilita o ajuste das doses das medicações para manter a hemoglobina glicada A1c (HbA1c) dentro da meta individualizada para o paciente”, explica.

A especialista acrescenta ainda que esse acompanhamento pode ser realizado, por exemplo, por meio de exames laboratoriais: “Em pacientes com diabetes, o controle glicêmico deve ser individualizado de acordo com a situação clínica. A monitorização pode ser feita de diversas formas, a exemplo da avaliação laboratorial da glicemia e da hemoglobina glicada, diário das glicemias com realização de glicemias capilares determinadas em jejum, nos períodos pré-prandiais (2h após as refeições e ao deitar) ou por meio de monitores contínuos de glicose (CGMs), que medem a glicose no sangue de forma contínua“.

Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. A insulina é essencial para a regulação dos níveis de açúcar no sangue. “Geralmente, o diabetes tipo 1 se desenvolve na infância ou adolescência, mas pode ocorrer em qualquer idade. Os pacientes com diabetes tipo 1 dependem de injeções diárias de insulina para manter seus níveis de glicose controlados”, explica a clínica geral Márcia Umbelino.

Os sintomas mais frequentes da doença são: aumento da fome, sede constante, constante vontade de urinar, fraqueza, fadiga, perda de peso inexplicável, náusea e vômito.

“Algumas pessoas ainda podem apresentar poucos sintomas, que passam despercebidos, e quando descobrem já estão em um nível avançado. Além disso, problemas como hipertensão, colesterol alto, alterações na taxa de triglicérides no sangue, doenças renais crônicas, sobrepeso, tabagismo, histórico de doenças cardiovasculares, síndrome de ovários policísticos, entre outros, são fatores de risco para o diabetes”, acrescenta a médica.

Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 é mais prevalente e está associado principalmente a fatores de estilo de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade. Nesse caso, o corpo não utiliza eficientemente a insulina produzida pelo pâncreas, resultando em altos níveis de açúcar no sangue.

“Inicialmente, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com mudanças no estilo de vida, incluindo dieta equilibrada, atividade física regular e perda de peso. No entanto, em alguns casos, medicações orais, ou insulina podem ser necessárias. A soroterapia é uma opção de tratamento que proporciona uma absorção mais eficaz de vitaminas, medicamentos e substâncias que ajudam na desinflamação e melhor funcionamento do organismo”, completa Márcia.