Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de 340 mil bebês nascem prematuros no Brasil por ano. Um relatório divulgado em 2023, pela Organização Mundial da saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Parceria para a Saúde Materna, Neonatal e Infantil demonstrou que 10% dos nascimentos no mundo são prematuros. Em 2020, de acordo com esta pesquisa, foram 13,4 milhões de bebês prematuros.
Novembro é internacionalmente reconhecido pela cor roxa para sensibilizar a sociedade sobre o combate à prematuridade. O evento mundialmente realizado nas instituições de saúde neste mês, a Semana da Prematuridade, tem como tema proposto pela OMS e pela Aliança Global para o Cuidado do Recém-nascido: “Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares”. Entre os benefícios do Método, o MS identifica menor tempo de internação, estabilidade térmica, estimulação sensorial e oxigenação adequada.
Neste contexto, a Maternidade Climério de Oliveira (MCO) unidade de saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) alerta sobre as causas, a prevenção e os cuidados para que esses bebês se desenvolvam com saúde.
O bebê prematuro
É considerado prematuro o bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação. Junto a esse marco temporal específico, há uma classificação mais detalhada das idades gestacionais segundo a OMS: entre a 34ª e 36ª semana e seis dias, é considerado como prematuro tardio; de 32 a 33 semanas e seis dias, como moderado; muito prematuros entre 28 e 31 semanas e seis dias; e prematuros extremos para aqueles bebês nascidos abaixo de 28 semanas. Quanto menor a idade gestacional, maiores são os riscos de não sobreviverem.
A médica neonatologista da MCO-UFBA, Andrea dos Santos Carvalho, destaca as principais causas da prematuridade: “hipertensão materna, hipertensão gestacional, diabetes na gestante e uma situação chamada prematuridade sem causa, que geralmente é associada a uma infecção materna, infecção urinária que faz sutura de membrana e o bebê acaba nascendo prematuro”, explica.
Atendimento MCO-UFBA
A MCO-UFBA oferece à população 10 leitos de UTI neonatal, 5 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Convencional e 8 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Canguru.
A assistência ao recém-nascido prematuro inicia desde o nascimento. Essa assistência continua depois nos vários setores da maternidade para onde essa criança é encaminhada, a depender da idade gestacional, peso inicial e condições clínicas do nascimento.
A equipe multiprofissional é formada por médicos(as) neonatologistas e de outras especialidades como neurologista, oftalmologista, cirurgia pediátrica, cardiologista e ultrassonografista e profissionais de outras áreas assistenciais como: enfermagem, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, serviço social e farmácia. Essa equipe tem como objetivo fornecer atendimento integral e humanizado a recém-nascidos prematuros e suas famílias.
Assistência humanizada a prematuros na rede Ebserh
Os Hospitais vinculados à Ebserh, por meio do atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), garantem assistência integral à mãe e ao bebê, especialmente nos casos de gestação de alto risco e nascimento prematuro.
Além da realização do pré-natal, do parto bem assistido, dos cuidados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs), também atuam na reconhecida Política de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido – Método Canguru. Esse é um modelo de atenção integral voltado para a psiconeuroproteção do desenvolvimento do recém-nascido, com protocolos para o controle da dor e manuseio, controle de ruídos e da luminosidade nas Unidades Neonatais e contato pele a pele precoce entre o recém-nascido e seus pais.
O Método Canguru
A prática tem início com os cuidados pré-natais, quando é percebida uma gestação de risco com chance à prematuridade, passando pelo parto e pelo acompanhamento na UTIN.
A segunda etapa consiste na alta da UTIN ou da Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) para a Unidade de Cuidado Intermediário Canguru (UCINCa). Nela, mães e pais têm um contato ainda mais próximo com seus/suas filhos(as), podendo ficar 24h em internação com a criança. É nesta etapa que o contato pele a pele na posição canguru é realizado o maior tempo possível e também quando ocorre a transição da sonda de alimentação para a amamentação via seio.
A terceira etapa já se dá com a alta hospitalar e acompanhamento nas consultas em ambulatório no próprio hospital, compartilhada com a Atenção Primária nas Unidade Básica de Saúde.
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Maternidade Climério de Oliveira – MCO-UFBA