Com o avanço das tecnologias, inteligência artificial e em um cenário pós pandemia, o mundo do trabalho mudou. É possível perceber colaboradores ansiosos, depressivos, um aumento do número de casos de burnout, além da ausência de linearidade nas relações, o que classifica, em muitos casos, o ambiente nas empresas como desumano.
Pensando em ressignificar o trabalho e enxergando a necessidade da humanização para esse ressignificado, a psicóloga organizacional Veruska Galvão lança, no Brasil, o Movimento Maio Humanizado: pela Humanização no trabalho.
Cenário
Diversas pesquisas apontam um cenário quase que insustentável nas empresas brasileiras referente ao investimento nas relações humanas. Os números indicam que 4% do PIB brasileiro é afetado com a ausência de saúde mental nas empresas, além disso, 72% dos brasileiros estão insatisfeitos com o seu trabalho.
Outros dados alarmantes mostram que São Paulo é a cidade número 1 do mundo em pessoas solitárias e depressivas e que o Brasil é o segundo país no ranking de burnout do planeta, atrás somente do Japão. Diante desse cenário, surge o Movimento Maio Humanizado: pela Humanização no trabalho.
Cultura Organizacional
Muito se fala em humanização, mas o que as empresas têm feito de fato para que isso aconteça? Veruska Galvão acredita que tudo deve começar pela Cultura Organizacional. Para ela, a cultura é o jeito de ser da empresa, é a forma como as pessoas se relacionam para alcançar resultados. “Pessoas não se engajam com empresas, pessoas se engajam com pessoas”, afirma e defende a psicóloga.
Maio humanizado
Veruska Galvão explica que a ideia do Maio Humanizado é disseminar a pauta para alcançar o máximo de empresas e trabalhadores no Brasil. “Ainda existe um tabu nas empresas, parece que a gente não pode falar sobre humanização no trabalho. Quando eu trabalhei em RH, parecia até que era um crime falar sobre esse tema. Existem muitos movimentos interessantes no Brasil, mas ao pesquisar se havia algo sobre humanização no ambiente de trabalho verifiquei que não existia nenhum movimento nesse sentido. Decidi fazer em maio por ser o mês do trabalhador “, esclarece.
Em sua jornada, Veruska Galvão passou a enxergar que é preciso humanizar ainda mais as relações nas organizações, pois sofreu na pele os danos causados pelo trabalho na saúde mental das pessoas, depois de dois diagnósticos de burnout. A psicóloga conta que teve uma desilusão com o mundo corporativo, e foi nesse momento que se aprofundou nos estudos e pesquisas sobre relações humanas. A partir daí, ela passou a trabalhar com temas como segurança psicológica, felicidade corporativa, saúde mental, entre outros.
“Eu era viciada e apaixonada pelo meu trabalho, ainda sou, mas naquela época eu trabalhava em uma empresa que tinha muitos desafios e uma liderança muito problemática. Na ânsia de querer resolver tudo acabei adoecendo, foi a partir daí que descobri o meu burnout. Parei por alguns meses para me tratar, pois tive depressão, tive insônia durante um ano e depois desse tempo de pausa fui para São Paulo. Aos poucos comecei a ajustar a minha vida e foi a partir daí que comecei a estudar mais sobre modelagem da cultura organizacional, saúde mental, segurança psicológica e realmente me aprofundar mais nessas áreas. Muitos associam o trabalho como algo pesado, mas eu vejo o trabalho como uma forma de servir as pessoas e de transformar o meio”, ressalta Veruska Galvão.
#FicaDicaComSaúde
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