O período marcado pela ausência de ciclo menstrual por doze meses, a menopausa, resulta da queda brusca da produção hormonal. Isso leva a maioria das mulheres a apresentar sintomas desconfortáveis, tais como fogachos (ondas de calor), redução da libido (desejo sexual), secura vaginal e alterações no humor e no sono.

Em geral, alguns sintomas são percebidos antes mesmo da chegada da menopausa, durante o período conhecido como climatério. Esse período nada mais é do que a fase que precede a cessação completa da menstruação, causando desconforto e impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres.

A menopausa
De acordo com o Ministério da Saúde, a menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.

Em geral, os óvulos que a mulher vai liberar ao longo da vida já estão presentes no corpo feminino desde o nascimento. Essa reserva é usada da primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). As mulheres não formam novos folículos ao longo da vida e quando todos eles morrem, os ovários chegam ao fim da sua vida útil. Nessa etapa, as concentrações dos hormônios femininos — estrogênio e progesterona — caem de forma permanente.

É importante destacar que a redução na produção de hormônios deixa as mulheres mais expostas a problemas cardíacos, diabetes e osteoporose.

Tratamento
Entre os tratamentos utilizados para amenizar os sintomas e reverter os impactos negativos causados ao bem-estar físico e emocional das mulheres está a terapia de reposição hormonal, que pode ser realizada de diferentes formas, incluindo a colocação de implantes e/ou o uso de gel.

No entanto, o médico ginecologista Dr. Jorge Valente alerta que é necessário realizar uma avaliação abrangente por meio de exames laboratoriais e de imagem para isso. Conforme o Ministério da Saúde a reposição hormonal não é indicada para todas as mulheres

Sendo a reposição prescrita, o médico explica que independente da via que a terapia de reposição for administrada, sua eficácia se torna mais evidente quando realizada de maneira complementar a uma terapêutica que engloba outras ações que estão diretamente relacionadas à atenção à saúde como um todo, como a adoção de um estilo de vida saudável com alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e noites bem dormidas.

O Ministério da Saúde recomenda a realização da mamografia dos 50 aos 69 anos, a cada 2 anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda um exame anual a partir dos 40 anos.

A alimentação é essencial
O médico afirma que o cuidado com a alimentação é essencial para driblar os desconfortos da menopausa. “Evitar alimentos industrializados e priorizar o consumo de frutas, verduras, hortaliças, cereais, peixes, entre outros alimentos ricos em vitaminas, ácidos graxos, cálcio e nutrientes, contribuem não só para o bom funcionamento do organismo feminino, mas, também, na proteção contra doenças a exemplo da osteoporose, diabetes, obesidade, hipertensão e cardiopatias”, destaca Dr. Jorge Valente.

De acordo com o médico, a adoção de bons hábitos colabora também para o aumento da disposição e para o bom humor, fatores que, segundo ele, ajudam a encarar todas estas mudanças vivenciadas durante a menopausa.

Para a nutricionista Marina Ramos,  promover uma alimentação saudável e equilibrada é crucial para a saúde da mulher em todas as fases da vida, especialmente na menopausa.

De acordo com ela, durante o climatério, a alimentação saudável e suplementações específicas, podem ajudar a melhorar sintomas como os famosos calorões, retensão hídrica, insônia, queda da libido, alterações comuns desencadeadas pela queda hormonal.
“É importante fazer um diagnóstico nutricional para identificar o estado nutricional da mulher e evitar fatores de risco para o desenvolvimento de doenças altamente prevalentes nessa fase da vida”, afirma Marina.

A atividade física como aliada
Outra importante aliada para a redução dos incômodos vividos neste período é a atividade física. “Essencial para a saúde e qualidade de vida de todos os indivíduos, a prática de exercício se torna ainda mais importante nessa fase da vida da mulher, tendo em vista a sua contribuição para a regulação do metabolismo, manutenção do peso corporal e redução de fatores de risco de doenças associadas ao sedentarismo e à queda na produção hormonal”, explica o ginecologista.

O médico ressalta ainda que ao notar o surgimento de sintomas relacionados à chegada do climatério e menopausa a mulher deve conversar com o seu médico ginecologista para que este possa avaliar de maneira criteriosa e individualizada os meios mais adequados para tratar os sintomas, cuidado da sua saúde e qualidade de vida.

Política pública
Está em tramitação na Câmara dos Deputados, através da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, o projeto de Lei 5.602/19 que garante atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres nessa fase da vida. A proposta prevê a criação do programa de atenção a mulheres na menopausa e no climatério.