Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo sofrem com alguma doença mental. Apenas no Brasil, existem aproximadamente 18 milhões de pessoas com depressão. As doenças mentais não exigem apenas um acompanhamento psicológico, mas é necessário também cuidados médicos, e a realização de alguns exames podem auxiliar ao profissional responsável em seu diagnóstico.
Estamos no “Janeiro Branco”, campanha que busca conscientizar sobre a relevância dos cuidados com a saúde mental. Reconhecer sintomas de doenças como ansiedade, transtorno bipolar e depressão, aliado a uma atenção especial ao bem-estar emocional, contribui para prevenir esses problemas, promovendo uma melhor qualidade de vida.
“As demandas diárias e as pressões internas e externas podem gerar uma sobrecarga física e mental, que, por não serem observáveis, são constantemente negligenciadas, impactando diretamente na saúde mental”, avalia a psicóloga Bárbara Araújo. Para a especialista, os cuidados com a saúde física e a manutenção de bons hábitos, como a atividade física e exercícios de respiração, proporcionam um equilíbrio corporal e a manutenção da saúde, dentre outras aptidões, promovendo assim o bem-estar psicológico.
O coordenador técnico do Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana (IHEF), Roberto Maia conta que através da dosagem sérica de algumas substâncias, é possível identificar os níveis de cada uma delas dentro do organismo. O cortisol, por exemplo, é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais e que, além da regulação do metabolismo, também funciona como uma resposta ao estresse. “Níveis baixos de cortisol podem causar fadiga, inflamação crônica e baixa tolerância ao estresse, dentre outros sintomas. Por isso, o exame é essencial para entender os seus níveis e o que fazer para combater esses desajustes”, esclarece o profissional.
O papel das substâncias
De acordo com o médico, outra substância que desempenha um papel crucial no equilíbrio do corpo é a vitamina D. Uma de suas funções está ligada à regulação de neurotransmissores e pode aumentar os fatores neurotróficos, favorecendo toda a atividade cerebral. “Ou seja, a suplementação dessa vitamina em pacientes com depressão pode levar à melhora dos sintomas da doença”, afirma.
Já a serotonina tem um papel fundamental na regulação do humor, do sono e do apetite. “A dosagem e o acompanhamento dos níveis séricos são importantes para garantir que eles estejam dentro dos limites saudáveis e para ajustar a medicação, caso necessário”, afirma o especialista. O Dr. Roberto Maia sinaliza ainda que os níveis elevados de serotonina podem levar à osteoporose e diminuição da libido, enquanto uma dosagem baixa pode causar mau humor, dificuldades para dormir, ansiedade e, até mesmo, depressão.
Usado no tratamento de pacientes com transtorno bipolar, o lítio é outra substância que deve ser monitorada com regularidade. Isso porque os medicamentos à base de lítio aumentam a quantidade da substância no organismo. “A dosagem e o acompanhamento são importantes para garantir que ele esteja dentro dos limites saudáveis, evitar a toxicidade e maximizar a eficácia do tratamento”, explica.
O IHEF disponibiliza aos profissionais de saúde mental exames de grande importância na sustentação da prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças, como a medição de endorfina, dopamina, serotonina, testosterona, vitamina D, lítio, cortisol, dentre outros. “Os resultados desses exames têm sido de relevância, apoiando cerca de 70% das decisões médicas e psiquiátricas”, completa o médico.