Uso do protetor solar é fundamental para prevenção do câncer de pele mesmo no inverno – Portal ComSaúde Bahia
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JUNHO PRETO
Uso do protetor solar é fundamental para prevenção do câncer de pele mesmo no inverno
Além dos cuidados com a fotoproteção, a observação constante da própria pele é uma forma de prevenir ou diagnosticar precocemente a doença
Por:Redação | 19/06/2024 às 21:47

Junho Preto é o mês de conscientização sobre câncer de pele, principalmente o melanoma. De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar mais de 220 mil novos casos da doença por ano no triênio 2023-2025, sendo o tipo de neoplasia mais incidente no país e no mundo. No caso do melanoma, tipo mais raro de tumor cutâneo, a previsão é de 8.980 novos casos.

Na Bahia, a estimativa é de 10.520 casos do tipo não melanoma e 250 casos de melanoma. Apesar de sua baixa incidência, o melanoma é considerado o tipo de tumor de pele mais agressivo e letal por sua capacidade de evoluir rapidamente com a disseminação para outros órgãos (metástases).

Câncer de pele
O câncer de pele pode ser considerado um tumor evitável. Isso reforça a importância da conscientização da população sobre a necessidade de adoção de medidas preventivas. Mesmo no inverno e nos dias de chuva, a ação da radiação ultravioleta (UV) sobre a Terra é intensa e os cuidados com a exposição solar devem ser tomados diariamente.

O uso diário do filtro com Fator de Proteção Solar (FPS) mínimo de 30, deve ser feito durante o ano todo, mesmo nos dias nublados, uma vez que 90% da radiação UV atravessa as nuvens”, esclarece o oncologista André Bacellar, da Oncoclínicas na Bahia.

Além da proteção contra o câncer, a fotoproteção é uma aliada para prevenir o envelhecimento cutâneo precoce. O câncer de pele é uma doença causada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, é definido o tipo de tumor, que pode ser melanoma ou não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular).

Mais comum em indivíduos com mais de 40 anos e raro em crianças e pessoas negras, a neoplasia acomete, principalmente, adultos com pele muito clara, olhos claros e com doenças cutâneas prévias. No entanto, qualquer pessoa pode desenvolver a doença. “A exposição prolongada ao sol sem uso de filtro solar, especialmente na infância e na adolescência, é o principal fator para desenvolvimento do câncer de pele”, afirma André Bacellar.

Melanoma: tipo de câncer de pele mais agressivo
Mesmo sendo o tipo de câncer de pele mais agressivo e letal por sua capacidade de atingir rapidamente outros tecidos e órgãos do corpo, o melanoma, quando diagnosticado em estado inicial, tem até 95% de chances de cura só com a cirurgia para a retirada do tumor.

De acordo com um estudo americano, publicado na revista científica “Archives of Dermatology”, pacientes com melanoma apresentam um risco 28% maior de desenvolver outros tipos de tumor, principalmente de mama, próstata e linfoma não Hodgkin.

O melanoma cutâneo tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos. Pessoas com pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros estão no grupo com mais risco. Também apresentam mais predisposição à doença indivíduos com histórico familiar, histórico de queimaduras solares, pintas e que ficam vermelhos, mas nunca se bronzeiam.

Sinais
Normalmente, a doença se manifesta com o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação. Em casos de uma lesão pigmentada pré-existente, ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.

Além dos cuidados para se proteger da exposição solar excessiva, é importante estar atento a qualquer alteração na pele e fazer a consulta anual ao dermatologista. “Ao notar uma ferida que não cicatriza ou uma pinta que está mudando de cor, é importante procurar de imediato seu dermatologista”, alerta André Bacellar.

Melanoma acral: mais comum em afrodescendentes
Subtipo raro de câncer de pele, o melanoma acral acomete pessoas independentemente da cor da pele, mas tem maior incidência em afrodescendentes e asiáticos. Ao contrário dos outros tipos de câncer cutâneo, o melanoma acral se desenvolve em partes do corpo mais protegidas da exposição ao sol, como a palma das mãos, a planta dos pés e unhas, e pode ser confundido com outros problemas de pele, como micoses e outras condições benignas, o que, muitas vezes, acaba levando ao diagnóstico tardio.

“É importante estar atento a sinais, como uma linha preta na unha ou uma pinta irregular que surge na palma das mãos ou planta dos pés”, adverte André Bacellar.

As pessoas de pele negra têm a melanina como um filtro solar natural, no entanto, são mais suscetíveis a desenvolverem o melanoma acral, que é bastante agressivo”, esclarece o oncologista. “Manchas escuras nessas áreas podem ser outras condições benignas, mas devem ser investigadas o quanto antes”, reforça o oncologista.

Tratamentos
Na maioria dos casos de câncer de pele, o tratamento cirúrgico para a remoção da lesão cancerígena é o mais indicado. Em alguns casos, a depender do subtipo do câncer, do estadiamento (grau de disseminação) e do tamanho do tumor, pode ser necessário outro tipo de terapia complementar, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou medicamentos orais.

No caso do melanoma, tipo de câncer de pele mais agressivo e letal por causa da sua alta capacidade de se disseminar para tecidos e órgãos vizinhos, o desenvolvimento de novos imunoterápicos, medicamentos que estimulam o sistema imunológico a lutar contra o tumor, tem garantido melhora na sobrevida de pacientes.

“Tivemos muitos avanços importantes no tratamento do melanoma e o prognóstico da doença melhorou muito, inclusive para os casos do melanoma metastático, porém o maior aliado ainda é o diagnóstico precoce”, finaliza o oncologista da Oncoclínicas na Bahia.