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Pesquisadores brasileiros recomendam guia para melhorar diagnóstico

PNEUMONIA GRAVE

Estudo propõe uso de painéis moleculares para identificar agentes infecciosos da pneumonia com mais precisão e reduzir tempo de internação.

Tempo de Leitura: 3 minutos

A adoção criteriosa de testes moleculares rápidos pode reduzir de forma significativa o tempo de internação e a mortalidade em casos graves de pneumonia. A conclusão é de um artigo publicado na revista Clinics. O estudo indica que, quando usados de maneira racional, esses testes agilizam o diagnóstico e permitem tratamentos mais direcionados.

A pesquisa, conduzida por especialistas brasileiros em microbiologia e infectologia, revisou estudos comparativos sobre pneumonia comunitária, hospitalar e associada à ventilação mecânica. A partir dessa análise, os autores propuseram um algoritmo para padronizar o uso de exames laboratoriais no diagnóstico, tornando o processo clínico mais eficiente.

Idoso com pneumonia
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Segundo o artigo, a pneumonia permanece como uma das principais causas de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e de mortes no país. O estudo mostra que o uso racional de painéis moleculares, capazes de identificar vírus e bactérias com alta sensibilidade e especificidade, reduz o tempo de internação hospitalar e em UTI, além de diminuir a mortalidade em até 90 dias.

Além disso, esses testes permitem ajustar o tratamento antimicrobiano logo nas primeiras horas, evitando o uso excessivo de antibióticos de amplo espectro e contribuindo para o enfrentamento da resistência bacteriana.

Métodos tradicionais ainda são essenciais, mas têm limitações

Os pesquisadores destacam que métodos tradicionais, como a coloração de Gram e as culturas microbiológicas, continuam tendo papel relevante no diagnóstico. A coloração de Gram ajuda na exclusão de infecções por Staphylococcus aureus, enquanto as culturas permitem avaliar a sensibilidade dos microrganismos aos antibióticos, etapa fundamental para reavaliar o tratamento.

Exame de raio-x
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No entanto, esses exames demoram entre 48 e 96 horas para apresentar resultados conclusivos, o que pode atrasar decisões terapêuticas em quadros graves.

Testes moleculares entregam resultado rápido e mudam condutas clínicas

Já os testes moleculares fornecem resultados em cerca de 70 minutos e podem detectar múltiplos agentes infecciosos simultaneamente. Alguns painéis já demonstraram sensibilidade superior a 90% e levaram à mudança de conduta médica em aproximadamente 37% dos casos analisados.

O diagnóstico rápido e preciso é decisivo. Com o uso de testes moleculares rápidos é possível identificar bactérias e vírus em poucas horas, permitindo tratar o paciente com mais rapidez e assertividade, o que pode reduzir o tempo de internação e até salvar vidas“, explica o Dr. Alvaro Pulchinelli, toxicologista e diretor técnico da Toxicologia Pardini do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia.

Custo e padronização ainda são desafios

Apesar do potencial, o artigo ressalta desafios para a ampla adoção desses testes, sobretudo em países com recursos limitados. O alto custo e a falta de protocolos padronizados para interpretar resultados, especialmente quando múltiplos agentes são detectados, permanecem como barreiras importantes.

O uso racional das ferramentas moleculares é o caminho para equilibrar precisão diagnóstica e sustentabilidade do sistema de saúde. Quando bem aplicadas, essas tecnologias não apenas melhoram o prognóstico do paciente, mas também fortalecem as políticas de uso consciente de antibióticos”, ressalta o Dr. Pulchinelli.

Recomendações para ampliar o uso seguro e eficaz

O estudo reforça a necessidade de pesquisas que avaliem o custo-benefício dessas tecnologias em diferentes contextos hospitalares. Além disso, recomenda o desenvolvimento de protocolos clínicos padronizados que ampliem o uso seguro e eficaz dos testes moleculares.

O novo protocolo já vem sendo adotado por instituições de referência e deve servir como modelo para hospitais públicos e privados em todo o Brasil.

Acesse o estudo aqui.

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