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Foto: Freepik

Quando a estética divulgada nas redes sociais se torna uma ameaça à saúde?

ESTETIZAÇÃO TÓXICA

Cirurgião plástico aponta tendências estéticas perigosas e alerta para a necessidade de filtrar informações, desconfiar de soluções “milagrosas” e evitar decisões impulsivas.

Tempo de Leitura: 3 minutos

Hoje, influenciadores digitais — e até mesmo alguns profissionais de saúde — compartilham rotineiramente suas experiências com procedimentos estéticos, promovendo transformações que muitas vezes parecem rápidas, acessíveis e irresistíveis. No entanto, seguir essas tendências sem a devida orientação pode ser extremamente perigoso.

O mercado da estética segue em expansão acelerada e já ultrapassa os 100 bilhões de dólares em todo o mundo, segundo o relatório Aesthetic Medicine Market Size & Growth. O estudo destaca que os procedimentos não cirúrgicos lideram a demanda, representando mais da metade das intervenções realizadas atualmente.

Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil é o segundo país que mais realiza procedimentos estéticos no mundo, e também um dos que mais registra complicações. Além disso, um levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou que o número de denúncias relacionadas a práticas irregulares na área da estética aumentou mais de 70% nos últimos anos.

Por isso, é fundamental filtrar essas informações, desconfiar de soluções “milagrosas” e evitar decisões impulsivas baseadas em conteúdos virais. A Anvisa reforça que é importante desconfiar de promessas milagrosas ou que garantam resultados, bem como de preços praticados muito abaixo do preço médio de mercado.

Os riscos não estão apenas nos procedimentos em si, mas nas falsas promessas e na idealização dos resultados. Muitas publicações nas redes sociais mostram apenas o lado positivo, omitindo os desafios, os riscos e o processo de recuperação. Isso cria expectativas irreais no público e pode levar a frustrações ou decisões precipitadas. Para o cirurgião plástico Dr. Alexandre Kataoka, perito do Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo (IMESC), a ausência de embasamento científico e a banalização da estética nas redes sociais são fatores preocupantes que contribuem para esse cenário.

Outro ponto levantado por muitos especialistas é a crescente oferta de cursos de estética por diversas instituições de ensino. Essa realidade, aliada à alta demanda por procedimentos, tem contribuído para a proliferação de profissionais sem a devida qualificação. Com o objetivo de reduzir o número de procedimentos malsucedidos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou uma página na internet “Estética com Segurança” com orientações ao público. O portal reúne informações sobre produtos aprovados pela agência, além de listar aqueles que estão proibidos. Também oferece diretrizes sobre como relatar problemas ou denunciar irregularidades.

Tendências perigosas geralmente compartilham algumas características:

Promessas de resultados rápidos e sem esforço.
• Profissionais com pouca ou nenhuma qualificação efetuando procedimentos.
• Depoimentos sem comprovação científica ou respaldo médico.

O ideal é sempre buscar fontes confiáveis e agendar uma consulta com um especialista qualificado, que possa avaliar de forma individualizada as reais necessidades e possibilidades de cada paciente”, enfatiza o Dr. Alexandre Kataoka.

A importância do autoconhecimento
Entender suas próprias necessidades e limitações é crucial antes de embarcar em qualquer mudança estética. Nem tudo que viraliza é apropriado para você, e procedimentos mal indicados podem resultar em desarmonia facial ou corporal, além de complicações graves.

Consultas médicas como prioridade
A consulta com um especialista deve ser sempre o primeiro passo. Um cirurgião qualificado avaliará sua saúde, seu histórico médico e suas expectativas, orientando sobre o que é ou não indicado para o seu caso.

Seja criterioso com o que consome online
As redes sociais são uma ótima ferramenta de pesquisa, mas é preciso usá-las com cautela. Não tome decisões com base apenas no que vê online.

É com um olhar sensível e o compromisso de priorizar a saúde e a segurança, sempre com o respaldo de profissionais experientes, que o quadro Entrevista com Especialista deste mês conta com a valiosa contribuição do Dr. Alexandre Kataoka, cirurgião plástico, perito da Secretaria da Justiça de São Paulo – Instituto de Medicina Social e Criminologia do Estado de São Paulo (IMESC), membro efetivo da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Federal de Medicina (CFM), conselheiro responsável pela Câmara Técnica do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e coordenador de Comunicação do Cremesp.

Confira a entrevista AQUI!

Dr. Alexandre Kataoka
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