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Foto: Freepik

Reabilitação melhora a qualidade de vida de quem tem Parkinson

PARKINSON

O tratamento de reabilitação é multidisciplinar e envolve profissionais de áreas como Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, entre outras.

Tempo de Leitura: 4 minutos

Foi por causa de um enrijecimento interno no abdômen que Maria Fátima Visnevski, aos 48 anos, procurou um especialista. Ao consultar o médico, descobriu que o problema era causado pela Doença de Parkinson — condição que afeta mais de 200 mil pessoas no Brasil e cerca de 4 milhões em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A partir desse diagnóstico, ela iniciou sua jornada de tratamento e controle da doença, que já dura 30 anos.

Médico geriatra da Clínica Florence Unidade Salvador, Rafael Calazans lembra que o Parkinson é uma doença neurológica que compromete a função motora do paciente, provocando tremores de mãos, rigidez no movimento do corpo, vagarosidade e rigidez nas articulações, como o vivenciado por Maria Fátima. “Ela não é uma doença neurológica qualquer, já que apresenta uma progressão degenerativa. Ou seja, ela sempre avança e o tratamento tem a função de controlar os sintomas”, diz o médico.

Na medida em que avança, a enfermidade impacta na cognição e na capacidade da realização de atividades comuns do cotidiano, como na locomoção, no ato de escrever, escovar os dentes ou se arrumar.

Os impactos da reabilitação
A reabilitação para pacientes com Parkinson é multidisciplinar. A fisioterapia trabalha a parte motora; a terapia ocupacional ajuda ao paciente adequar sua rotina diante das dificuldades; a fonoaudiologia auxilia na capacidade de deglutição e na fala; a nutrição contribui com a dieta nutricional; a equipe de enfermagem realiza os cuidados diários; a assistência social e a psicologia cuidam da saúde social e mental do paciente e da família e os médicos atuam na área clínica e medicamentosa.

A reabilitação é importante porque ela é global e trabalha todas essas áreas, melhorando a parte motora e impactando, também, no comportamento, na cognição, no humor e, dessa forma, proporcionando ao paciente uma maior qualidade de vida“, explica o geriatra. Ele complementa ainda que todas essas diferentes áreas atuam em conjunto e potencializam os resultados da reabilitação.

Natália Visnevski, filha de Maria Fátima, lembra que sua mãe enfrentou problemas com a administração dos medicamentos, depressão e chegou a ficar sem andar antes de procurar a Clínica Florence para o tratamento de reabilitação.

Minha mãe entrou na clínica sem falar, andar e comer. Com todo o tratamento recebido e as terapias ocupacionais, fisioterapia e fonoaudiologia, ela já está recebendo alta após 30 dias de internamento, já se alimentando, lúcida e se movimentando com menos rigidez”, comemora.

Para ela, o momento que mais lhe marcou nesse processo de reabilitação da mãe foi o avanço com a fonoaudiologia, pois ela chegou a acreditar que a mãe poderia não voltar mais a comer ou beber água. “Vendo os resultados do tratamento, tenho a certeza de que foi uma aposta muito feliz”, diz.

Abordagem individualizada
Rafael Calazans reforça que o tratamento de reabilitação necessita de uma abordagem individualizada e deve ser iniciada assim que os primeiros sinais de perda neurológica ou cognitiva apareçam. A duração da internação vai depender também da gravidade do caso e pacientes mais graves exigem um tempo maior de cuidado.

“A doença de Parkinson atua de modo diferente em cada pessoa e o tratamento precisa contemplar essas peculiaridades. Então, a gente precisa entender quem é esse paciente, quem é essa família e como a doença se porta nessa pessoa antes de fazer esse plano de cuidados individualizados”, informa Calazans.

O médico também afirma que, “apesar de ser uma doença com muitos desafios e sem cura, existem tratamentos que ajudam a desacelerar o avanço do Parkinson, controlar os sintomas e contribuem para uma vida mais longeva e com qualidade enquanto a doença existir“.

Entendendo o transtorno
Sendo um transtorno degenerativo que se manifesta de forma gradual, o Parkinson afeta o sistema nervoso e compromete os movimentos. Antes da manifestação da doença em si, ocorre uma mudança no cérebro, quando há uma degeneração progressiva de células nervosas em uma região do cérebro chamada substância negra, responsáveis por produzir dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.

Segundo o neurologista especializado em Parkinson e transtornos de movimento, Dr. Gabriel Xavier, quando ocorre essa combinação de fatores, o cérebro passa a ter mais dificuldade de enviar o comando correto para os músculos. “É nesse momento em que notamos o aparecimento dos sintomas mais visíveis”.

Sintomas
Em relação aos sintomas, há o consenso que existem manifestações diversificadas. Entretanto, os tremores e a rigidez muscular são os principais. “A bradicinesia, que são movimentos lentos, também é um sintoma relativamente comum. Com isso, tarefas consideradas simples acabam sendo mais demoradas. Outro exemplo de manifestação da doença é quando há uma instabilidade postural. Nesse momento o paciente passa a ter uma dificuldade de se manter ereto e equilibrado”, destaca o Dr. Gabriel.

O transtorno também se manifesta através de alterações na fala e na escrita. Um paciente com sintomas de Parkinson poderá ter uma voz mais baixa, além de dificuldade para falar de maneira perfeita certas palavras. Outro exemplo está no ato de escrever, quando a pessoa passa a ter dificuldades para escrever de maneira legível.

O Parkinson não acontece de um dia para o outro. No início, o corpo até compensa a falta de dopamina, mas com o tempo, os sintomas vão se tornando mais evidentes. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento mais eficaz e correto, feito de acordo com cada paciente. Gosto de ressaltar que não o transtorno não é de fato uma sentença“, finaliza o neurologista.

 

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