No mês de maio, marcado pela conscientização sobre a fibromialgia e pelas comemorações do aniversário da cidade do Rio de Janeiro, a cantora Lady Gaga — que convive com a síndrome — se apresenta hoje (03) na Praia de Copacabana, prometendo o maior show de sua carreira.

Na última vez que a cantora esteve no país, em 2017, sua apresentação no Rock in Rio foi cancelada devido a uma crise de fibromialgia, condição com a qual convive há anos. Desde então, Lady Gaga tem usado sua visibilidade para dar voz à causa, falando abertamente sobre os impactos da doença e ajudando a ampliar a compreensão sobre a fibromialgia no mundo todo.
“A fibromialgia não é falta de força de vontade, nem histeria, tampouco modismo. Trata-se de uma disfunção biológica com profundas repercussões sociais e emocionais. Validar essa dor é, por si só, terapêutico. Quando há informação de qualidade, vínculo entre médico e paciente e uma estratégia integrada, existe uma esperança real de melhora. O corpo pode aprender a doer menos — desde que seja escutado com seriedade” Dr. Carlos Gopen.
Essa síndrome, que afeta cerca de 3% da população brasileira, especialmente mulheres entre 30 e 60 anos, é caracterizada por dores crônicas generalizadas, fadiga, distúrbios do sono e um impacto significativo na qualidade de vida. De acordo com Dr. Carlos Gopen, médico especialista em dor, o desconhecimento sobre a fibromialgia, até mesmo entre profissionais de saúde, é um dos maiores desafios no tratamento da Fibromialgia.
Segundo o médico, muitos pacientes enfrentam anos de peregrinação médica, sendo vítimas de desconfiança e frequentemente rotulados como ‘hipocondríacos’. Outro grande obstáculo é a expectativa irreal de que um único medicamento será capaz de resolver todos os sintomas. “Na realidade, o sucesso no tratamento depende de uma abordagem integrada, que combine reabilitação física, suporte emocional, educação sobre a dor e, quando necessário, o uso de farmacoterapia adjuvante”, afirma Dr. Carlos.
“O ambiente emocional positivo modula favoravelmente o sistema nervoso e pode ser tão terapêutico quanto qualquer prescrição”, enfatiza.
Em entrevista ao Portal ComSaúde Bahia, Dr. Carlos Gropen reforça que, embora a fibromialgia não tenha cura, isso não significa que o paciente esteja condenado à dor. Com um diagnóstico preciso, um plano terapêutico bem estruturado e uma abordagem interdisciplinar, é possível controlar os sintomas e recuperar a funcionalidade e a qualidade de vida. Em muitos casos, os pacientes conseguem retomar o trabalho, a prática de exercícios e seus projetos pessoais.
“A fibromialgia ainda é pouco compreendida, e muitos pacientes enfrentam descrença até mesmo dentro do ambiente médico. Validar essa dor é o primeiro passo para um tratamento eficaz e humanizado”, enfatiza.
Confira a entrevista completa com o Dr. Carlos Gropen, que também destaca a importância da escuta atenta e do acolhimento no cuidado aos pacientes.