Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

Mundo

Espaço Publicitário

Foto: Depositphotos

Estudo aponta que o atraso no tratamento com radioterapia para câncer de cabeça e pescoço reduz as chances de cura

RADIOTERAPIA

Um A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) alerta que a dificuldade de acesso às melhores tecnologias em radioterapia é uma das principais barreiras

Tempo de Leitura: 4 minutos

Com a participação de 41 especialistas de diferentes países da América Latina, um estudo inédito foi publicado com diretrizes referentes ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com câncer de cabeça e pescoço nessa região do mundo. Até então, os estudos de consenso se baseavam essencialmente na realidade de instituições da América do Norte e de países desenvolvidos da Europa

O trabalho, recentemente publicado na revista científica JCO Global Oncology, trata-se do primeiro consenso latino-americano sobre o tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Ele contém importantes diretrizes sobre o manejo desses tumores, adaptadas à realidade vivenciada na América Latina, especialmente no que diz respeito à escassez de recursos.

O pioneirismo do documento, aliado à clara preocupação dos autores em propor estratégias ajustadas à realidade dos países latino-americanos, considerando a carência de recursos e a infraestrutura limitada frequentemente vivenciada nesses países, torna o documento ainda mais relevante e uma leitura importante para colegas que tratam tumores de cabeça e pescoço no Brasil.

O estudo
Ao todo, o documento propõe 48 recomendações, divididas em doze seções. Dentre estas seções, uma é dedicada exclusivamente à radioterapia. Nela, o consenso destaca que os atrasos no início ou conclusão da radioterapia reduzem as taxas de sobrevida e aumentam o risco de recidiva local.

Dentre as bases para essa afirmação está um estudo, com mais de 600 pacientes com doença em fase inicial, que iniciaram o tratamento após o período recomendado de 30 dias após o diagnóstico. Entre aqueles que iniciaram no prazo de 31 a 40 dias o risco de recidiva (volta da doença) foi 2,6 vezes maior, quando comparado aos que iniciaram antes dos 30 dias.

Legislação no Brasil
No Brasil, vigora desde 2013 a Lei dos 60 Dias, que determina o início do tratamento oncológico em até dois meses após o diagnóstico da doença. O consenso destaca que o recomendado para o início da radioterapia curativa é normalmente de 30 dias após o diagnóstico.

Para radioterapia pós-operatória, o tratamento deve ser iniciado dentro de quatro a seis semanas após a cirurgia. Para prevenir interrupções no tratamento e seu impacto nos resultados oncológicos, avaliações semanais dos pacientes são essenciais. “Um agravante é que, apesar do prazo de 60 dias preconizado pela legislação brasileira, a lei acaba não sendo devidamente cumprida, sendo comum espera ainda maior para o início do tratamento oncológico. Em virtude disso, a doença evolui e as chances de sucesso do tratamento acabam sendo significativamente reduzidas”, ressalta o radio-oncologista Diego Rezende, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e um dos autores do consenso.

Incidência e mortalidade
De acordo com o estudo, os problemas associados com a incidência e mortalidade por câncer de cabeça e pescoço são mais graves nas regiões menos desenvolvidas, como América Latina, África e parte da Europa e Ásia. Elas respondem por 65% de todos os pacientes diagnosticados e por 75% das mortes causadas pela doença no mundo. Tais números são reflexo das barreiras de acesso aos serviços de saúde especializados, aos exames para diagnóstico precoce e ao tratamento no tempo ideal e de qualidade.

Principais pontos do consenso sobre Radioterapia
No consenso, a seção 12 é dedicada exclusivamente à radioterapia. Nela, os participantes enfatizam a importância dos avanços tecnológicos na radioterapia nas últimas décadas e a relevância das novas técnicas, que permitem, por meio da modulação do feixe de radiação, melhor delimitação do alvo a ser irradiado (atingindo apenas o tumor e preservando as células saudáveis). Além disso, essas técnicas oportunizam um melhor planejamento das doses prescritas (com esquemas personalizados de fracionamento) que buscam reduzir o número de sessões e, consequentemente, os deslocamentos do paciente até o local de tratamento

Dentre as novas tecnologias está a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) que, de acordo com os especialistas envolvidos na elaboração do documento, deve ser considerada a técnica de tratamento padrão para praticamente todos os tipos de câncer de cabeça e pescoço. “O único contexto em cabeça e pescoço em que a radioterapia com intensidade modulada (IMRT) não é considerada como técnica padrão é no de tumores de laringe em estágio inicial. Nesse cenário, radioterapia com técnica conformada tridimensional é considerada adequada”, aponta Diego Rezende.

No Brasil, a tecnologia IMRT está inclusa no ROL de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para pacientes com câncer de cabeça e pescoço, assim como da região do tórax (pulmão, esôfago e mediastino) e, mais recentemente, para câncer de próstata. “Por conta das fortes evidências, a primeira aprovação de IMRT pela ANS foi, justamente, para câncer de cabeça e pescoço”, reforça Rezende. Por sua vez, pondera o especialista, o cumprimento da cobertura obrigatória por parte dos planos de saúde é, em muitos casos, desafiador.

Saúde Pública
Na saúde pública, o acesso é ainda mais limitado. Diferentemente de outros processos de incorporação tecnológica na rede pública, a radioterapia é paga por pacote independente da técnica de tratamento utilizada.

É um contexto que não considera, para o repasse, se foi ofertada ao paciente uma técnica mais antiga (como, por exemplo, a radioterapia convencional 2D) ou uma mais moderna (conformacional ou IMRT). Com isso, não há uma clara motivação para os serviços de radioterapia realizarem os investimentos necessários a fim de ofertar aos pacientes a melhor técnica disponível e considerada como padrão na literatura”, lamenta Rezende.

Campanha Julho Verde
Além disso, no próximo mês irá iniciar-se a campanha do Julho Verde voltada para a conscientização mundial sobre o câncer de cabeça e pescoço. Os tumores desta região estão entre os mais incidentes no mundo, sendo que os locais mais comuns são a cavidade oral (boca, lábios, língua, entre outros) e laringe.

No mundo, mais de 613 mil pessoas recebem, anualmente, o diagnóstico de câncer de cavidade oral ou laringe, de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 41 mil pessoas devem receber, em 2024, o diagnóstico destas doenças, apontam as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

 

Compartilhe:

Leia Mais

Espaço Publicitário