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Foto: Freepik

OMS faz alerta e pede proteção às crianças contra o Vape

DIA MUNDIAL SEM TABACO

Fundação do Câncer apresenta movimento contra o vape e conclama instituições, personalidades e população para participar

Tempo de Leitura: 3 minutos

Instituições de todo o mundo estão atentas às ações da indústria de tabaco na formação de novos fumantes. Com o tema “Proteger as crianças da interferência da indústria do tabaco”, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está fazendo uma campanha mundial pedindo aos governos que façam cumprir as determinações estabelecidas na Convenção Quadro para Controle do Tabaco (CQCT) e as diretrizes adicionais do artigo 13, adotadas na COP 10, que falam sobre proibição da Propaganda, Promoção e Patrocínio do Tabaco. De acordo com a OMS, as empresas de tabaco gastam mais de US$ 8 bilhões por ano em marketing e publicidade.

No Brasil, a Fundação do Câncer apresenta no Dia Mundial sem Tabaco o #movimentovapeOFF, com intuito de chamar a atenção para o uso crescente dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), mais conhecidos como cigarro eletrônico ou vape. Dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) revelam que o consumo de vape aumentou 600% nos últimos seis anos nas Américas.

Epidemiologista e consultor médico da Fundação, Alfredo Scaff enfatiza a preocupação com o uso do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens: “mesmo proibidos, cerca de 1 milhão de pessoas já experimentou o cigarro eletrônico em nosso país, a maioria, 70%, é de jovens entre 15 e 24 anos, conforme pesquisa do Ministério da Saúde. Essa é uma preocupação, pois além dos diversos malefícios, há uma prevalência de que crianças e adolescentes que usam vapes têm duas vezes mais probabilidade de fumar cigarros tradicionais na vida adulta”.

O vape
Com cheiro agradável, sabores diversos e formatos atraentes, os cigarros eletrônicos logo ganharam popularidade e virou modinha. “Inicialmente, a indústria do tabaco vendeu a ilusão que o cigarro eletrônico ajudava o fumante do cigarro tradicional a largar o vício. Isso é uma falácia. Não há comprovação científica sobre esse discurso. Ao contrário, trabalhos científicos já publicados apontam que o vape pode conter até 31 substâncias tóxicas, incluindo a nicotina, que chega ao cérebro em segundos e é altamente viciante“, diz Scaff.

Segundo o epidemiologista, os dispositivos eletrônicos podem conter substâncias químicas, como formaldeído, acetaldeído, acroleína, metais pesados, além da nicotina, substâncias prejudiciais à saúde. “Afora isso, o vape tem uma bateria e circuitos para gerar combustão e há diversos relatos de que pode causar explosão, provocando machucados e queimaduras em quem usa o produto”, complementa.

O epidemiologista chama atenção ainda que o vapor dos cigarros eletrônicos pode causar irritação nos pulmões e vias respiratórias, levando a problemas como tosse, falta de ar e até mesmo pneumonia. “Os usuários de cigarro eletrônico têm mais chance de terem um infarto, isso porque os dispositivos contém mais nicotina do que o cigarro tradicional e o sal presente na substância é mais nocivo para a saúde”, explica.

O tabaco
De acordo com a OMS, há 1,3 bilhão de usuários de tabaco em todo o mundo. O tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas por ano (mais de 7 milhões de fumantes ativos e mais de 1 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo), sendo um milhão nas Américas. A expectativa de vida dos fumantes é pelo menos 10 anos mais curta do que a dos não fumantes.

Estudo – Cãncer de Pulmão no Brasil
O estudo Câncer de pulmão no Brasil: Por dentro dos números, lançado este mês pela Fundação do Câncer, revelou que o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento e, consequentemente, da mortalidade do câncer de pulmão no Brasil, estando associado a cerca de 85% dos casos de óbito entre homens e quase 80% dos óbitos entre as mulheres.

Diretor executivo da Fundação do Câncer, o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni diz que é preciso que as pessoas e instituições abracem essa causa, como a ANUP Social (Associação Nacional das Universidades Privadas), que vai nos ajudar a desenvolver o Desafio Universitário, com lançamento previsto para o ano que vem.

Precisamos da adesão de todos. Só dessa forma, o Movimento VapeOFF vai ganhar força e enfraquecer essa onda chamada cigarro eletrônico impulsionada pela indústria do tabaco. Estamos planejando numerosas ações e atividades, que podem ser acompanhadas no Instagram @movimentovapeoff“, conclama Maltoni.

 

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